Um grande passo para o seu crescimento
Na quinta-feira (20/10), a Minerva anunciou a aquisição da Australian Lamb Company, uma das maiores processadoras de ovinos da Austrália, pelo montante de US$ 260 milhões. A transação será realizada por meio de sua joint venture com a SALIC, divulgada em 2021, no qual a Minerva desembolsará US$169 mm, em resposta à sua participação de 65% na JV. A companhia apresenta um balanço saudável, com uma alavancagem de 2,3x e forte estratégia de disciplina financeira. Visto isso, ao considerarmos as nossas estimativas, vemos que a aquisição não deve interferir na sua saúde financeira.
Sobre a Australian Lamb. A ALC possui duas unidades de frigoríficos no estado de Victoria, sendo uma das principais processadoras de ovinos do país, com capacidade de abate de 3.780.000 cabeças/ano, de modo que ao somar as operações consolidadas da Minerva, equivale a 4.780.000 cabeças/ano. As exportações representam cerca de 93% da receita da companhia, sendo os Estados Unidos o maior consumidor, com 40% do total, além da presença nos países do Extremo Oriente, Europa e Oriente Médio. No acumulado de 12 meses até o 1S22, a ALC reportou uma top line de US$ 448,5 mm, assim como um EBITDA ajustado de US$ 53,95 mm.
Estratégia. Desde a criação da MOU com a Salic no início de 2021, bem como aquisição de duas plantas de ovinos na Austrália no final no mesmo ano, já era vislumbrado a expansão das atividades da Minerva no país. Nesse sentido, a transação segue em linha com a estratégia de ampliar a sua diversificação geográfica, ao mesmo tempo que expande o seu acesso a mercados de nicho, com produtos de maior valor agregado.
Visão do Analista. A sua consolidação na Austrália, se fortalecendo no processamento de proteína ovina, foi um passo importante para evolução da tese de longo prazo da Minerva, principalmente quando comparado com os outros players do mercado que possuem um portfólio mais diversificado, assim contendo mais facilidade de mitigar os riscos do mercado. Em complemento, o know-how da Minerva para exportações e boa gestão operacional apresentada nesses últimos anos, são fatores que favorecem a sua evolução nessa nova jornada, além de impulsionar os ganhos com sinergias e capacidade de geração de valor para os acionistas. Para o curto prazo, mantemos uma visão positiva para companhia, com o gradual aumento da oferta de bovinos no Brasil e Paraguai, somado a boa demanda externa e redução dos custos com o boi vivo. Em vista disso, mantemos o preço-alvo da companhia para o fim de 2022 em R$ 17/ação e a recomendação de Compra para o papel.