Renda Variável


Mater Dei | Resultado 3T22

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Breno de Paula

Publicado 09/nov2 min de leitura

M&As seguem impulsionando top-line às custas de margens

A Rede Mater Dei divulgou resultados mistos no 3T22, positivo no faturamento, mas negativo no bottom-line, ainda refletindo a integração das aquisições. Em setembro foi concluída a aquisição do Hospital Santa Clara, em Uberlândia. Além disso, a companhia prevê a inauguração do Centro Médico Salvador para o 4T22, que contará com 73 consultórios para formar um centro de saúde integrado com o Hospital Mater Dei Salvador. A companhia deve pisar no freio nas aquisições nos próximos trimestres, concentrando seus esforços nas integrações dos hospitais adquiridos, em busca de uma retomada gradual de margens. Continuamos com viés positivo, portanto reiteramos nossa recomendação de compra para MATD3 com preço-alvo de R$ 14,00/ação.

A receita líquida reportada foi de R$ 474 mm (+97% a/a), em linha com nossas expectativas. O volume de pacientes-dia apresentou aumento de 150% a/a e de 9% t/t, considerando as aquisições. O aumento de receita se deu por: (i) crescimento de leitos operacionais, alcançando uma média de 1.411 no trimestre (+837 a/a e +130 t/t) somados à taxa de ocupação de 69,1% (+1,2 p.p. a/a e -1,6 p.p. t/t); e (ii) ticket médio consolidado de R$ 2,08 mm/ leito utilizado, redução relevante frente aos R$ 2,68 no 3T21, e leve aumento frente aos R$ 2,06 no 2T22.

Em nossa visão, os menores níveis de ticket médio e margens devem acompanhar a companhia pelos próximos trimestres. Essa dinâmica deve se alterar na medida que as integrações são concluídas, em conjunto com a maturação da operação de Salvador. Além disso, acreditamos que os menores tickets dos hospitais adquiridos signifiquem boas oportunidades, tanto por meio de novos credenciamentos quanto pela possibilidade de aumentar a complexidade destes hospitais.

Os custos dos serviços prestados (CSP) chegaram a R$ 304 mm (+95% a/a), levando a margem bruta para 35,8% (+0,7 p.p. vs. 3T21 e -1,1 p.p. vs. Inter Research). As despesas G&A alcançaram R$ 70 mm (+182% a/a) e levaram a um EBITDA de R$ 118 mm (+70% a/a e -6% vs. Inter Research), com margem EBITDA de 24,9% (-3,9 p.p. a/a e -1,1 p.p. vs. Inter Research). Quando descontamos os efeitos não recorrentes (despesas com assessoria de M&A), chegamos a um EBITDA ajustado de R$ 120 mm (+72% a/a) e margem EBITDA ajustada de 25,3% (-3,7 p.p. a/a), convergentes com nossas projeções. O lucro líquido chegou a R$ 39 mm (-10% a/a), com margem de 8,3% (-9,9 p.p. a/a), ambos de acordo com o que esperávamos, impactados diametralmente pela maior pressão do resultado financeiro, que ficou em -R$ 40 mm (+793% a/a).

Em relação ao endividamento, a companhia encerrou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 741 mm e relação dívida líquida/EBITDA (LTM) de 2,0x (vs. -4,3x no 3T21 e 1,8x no 3T22). Além disso, a empresa R$ 151 mm para aquisição do Hospital Santa Clara neste trimestre, acumulando um desembolso de R$ 638 mm desde o início do ano para aquisições. Observamos uma redução no caixa YTD de R$ 654 mm, impactado positivamente pela geração de caixa operacional de R$ 111 mm YTD e negativamente pelos desembolsos de aquisições, obras da unidade de Salvador e pagamento de juros.

Avanços em ESG

  • Não houve entrada em índices ou prêmios relacionados à ESG.
  • Não houve destaques relacionados à agenda ambiental.
  • Não houve destaques relacionados à agenda social.
  • Não houve destaques relacionados à agenda de governança.

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