Renda Variável


Marfrig | Resultado 3T22

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Manuela Granja

Publicado 11/nov8 min de leitura

De modo geral, o resultado da Marfrig veio em linha com as nossas expectativas, no qual, conforme esperado pelo mercado, vimos margens mais comprimidas, em reflexo ao cenário adverso dos Estados Unidos. Por outro lado, a boa performance da América do Sul e câmbio favorável suavizaram os efeitos da queda da rentabilidade da National Beef no consolidado, que apresentou um top line (ex-BRF) de R$22,4 bi (-0,7% R/E, +3,8% t/t e -5,2% a/a). O avanço dos custos com matéria-prima e insumos na América do Norte, mesclado com a evolução das despesas, proporcionou um EBITDA (Ex- BRF) de R$ 2.468 mm (+12,9% R/E, -3,0% t/t e -47,0% a/a), com margem de 11,0% (+1,3 p.p. R/E, -0,8 p.p. t/t e -8,7 p.p. a/a).

A virada do ciclo do gado nos Estados Unidos e consequente normalização das margens prejudica com mais intensidade o resultado da Marfrig, dado a exposição de suas operações na região, com uma representatividade de mais de 70% da receita da companhia. As incertezas diante da recuperação da BRF e sua situação financeira, após incorporação da BRF, com avanço da alavancagem para 2,38x no 3T22 ante a 2,07x individualmente, também se torna um ponto de atenção para o desempenho da companhia. Desse modo, mantemos a nossa recomendação de Neutra para MRFG3, com TP YE23 em R$ 24/ação.

América do Norte. Para National Beef, o resultado do 3T22 ficou em linha com as nossas expectativas, com margens pressionadas, em virtude da queda dos preços no mercado doméstico, aliado a uma estabilização da demanda no trimestre e avanço da cotação boi gordo. Visto isso, a receita líquida totalizou US$ 2.846 mm (-1,7% R/E, -3,5% t/t e -11,3% a/a), enquanto a margem EBITDA contraiu 1,3 p.p. t/t, no valor de 11,9% (+0,5 p.p. R/E e -15,3 p.p. a/a). Para o segmento, a tendência de recuo da produção nos Estados Unidos em 2023 e 2024, com preço da matéria-prima pressionando cada vez mais as margens, proporcionará resultados menos rentáveis nos próximos trimestres.

América do Sul. No trimestre, a equação de preços robustos no mercado externo, somado ao aumento da oferta de animais para o abate com o ingresso do Brasil no ciclo positivo do gado, proporcionou resultados sólidos para o segmento da América do Sul. Contudo, o desempenho, em partes, foi freado com perdas na operação do Uruguai, pressionando os custos. Nesse sentido, em linha com as nossas expectativas, a Marfrig reportou um top line de R$ 7.451 mm (+0,9% R/E, +4,7% t/t e + 7,8% a/a), a margem EBITDA ficou estável no comparativo trimestral, com 9,5% (-0,1 p.p. R/E, 0.0. p.p. t/t e +5,2 p.p. a/a). Com cenário positivo para oferta de gado no Brasil, somado a uma redução da disponibilidade global de carne bovina, em reflexo ao cenário dos Estados Unidos, proporciona tendências sólidas para o segmento.

Endividamento e Resultados. Considerando as operações da BRF, a Marfrig reportou um resultado financeiro de -R$ 2.050 mm, sendo 13,9% inferior ao 2T22, em detrimento a menores perdas com a variação cambial e juros. A dívida bruta ficou em R$ 59,4 bi, enquanto a líquida atingiu R$ 39,3 bi, levando a uma alavancagem de 2,38x ante a 2x no 2T22. Desconsiderando a BRF, a Marfrig alcançou um indicador de 2,07x, frente a 1,67x no 2T22. A piora da saúde financeira da companhia continua no radar, principalmente levando em conta o cenário menos rentável dos Estados Unidos. Por fim, na bottom line, a Marfrig apresentou um lucro líquido de R$ 431 mm (-89,9% t/t e -74,3% a/a).

Avanços ESG

E. No 3T22, a Minerva apresentou um monitoramento de 71% dos seus fornecedores indiretos na Amazônia e na Cerrado. A companhia também concluiu o Mapa de Mitigação de Risco Socioambiental para o Bioma Mata Atlântica e implementou o “Mapa de Rede de Fornecedores Diretos e Indiretos”, que busca facilitar a rastreabilidade dos animais e da cadeia.

S. Não houve menção sobre avanços sociais no período.

G. Não houve menção sobre avanços em governança no período.

Fonte: RI da Companhia e Inter

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