Sem crise por aqui. Resultado sólido com a melhor qualidade de crédito dos pares privados
O resultado do 3T22 do Itaú Unibanco foi positivo e em linha com as nossas expectativas, com lucro líquido de R$ 8.360 milhões (+7,1% t/t e +17% Inter Research) e ROE de 21,8% (1,2 p.p. t/t e +3,1 p.p. Inter Research). O resultado do Itaú apontou bons indicadores de crédito, mostrando qualidade e avanço do mix em linhas mais rentáveis. O principal vetor para o resultado foi o NII em crescimento vindo do maior volume, mix de produtos com maior rentabilidade e spreads, além da América Latina também ter contribuído para a melhor margem financeira. Além disso, o banco demonstrou boa qualidade no crédito com inadimplência evoluindo levemente e concentrada nos ramos de pessoas físicas e MPMEs. O nível de cobertura do NPL também permaneceu próximo ao nível reportado no 2T22 com o banco elevando o custo do risco em patamares em linha com seu NPL Creation. Em fees observamos excelente dinâmica em cartões tanto em emissão quanto em adquirência com maior TPV em crédito e em seguros com evolução dos prêmios emitidos no trimestre. Consideramos o resultado do 3T22 do Itaú sólido, demonstrando maior qualidade de crédito versus seus pares privados e com boa evolução nas receitas, principalmente em NII com clientes. Ressaltamos também que o banco mostrou boa evolução em seu índice de capital nível 1 que mostrou taxa de 13,2%, próximo ao teto que a companhia utilizava de 13,5% para avaliar a política.de maior distribuição de proventos, mas o banco ainda segue com indícios de manter um payout de 25% pela frente para reforçar sua estrutura de capital. Mantemos nossa recomendação de Compra para os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4) com preço-alvo de R$ 35.
NII crescendo com maior mix e spread, tesouraria dentro do esperado. A margem financeira reportou saldo de R$ 23.901 milhões (+5,6% t/t e +1,9% Inter Research) com boa evolução do NII com clientes (+6,4% t/t e +2,2% Inter Research) que foi direcionado pelo maior volume de crédito em pessoas físicas e jurídicas (linhas clean e MPME), quantidade de dias corridos e aumento de margem na América Latina, além disso as receitas com floating também contribuíram para o banco no trimestre com o aumento da Selic compensando menores spreads na carteira de crédito. A taxa média do consolidado foi de 8,6% com avanço de 20 bps t/t. A margem com mercado manteve o nível do trimestre passado registrando R$ 516 milhões e caiu 20,6% -10,1% Inter Research, o que consideramos comportada dado o cenário adverso e resultados negativos em pares privados. A PDD expandida evoluiu 6,1% t/t e -0,9% Inter Research registrando R$ 7.992 milhões, em linha com o esperado e acompanhando o aumento da carteira de crédito em linhas sem garantia e a evolução gradual da inadimplência. Desta forma o custo do risco avançou 1 p.p. t/t registrando 3,8% em linha com o esperado e acima de níveis normalizados. Com NII crescendo e compensando a maior PDD expandida, a margem líquida foi de R$ 15.909 milhões (+5,3% t/t e +3,3% Inter Research) com spread líquido de 5,6% avançando 10 bps t/t.
Carteira de crédito avançando tanto em linhas sem garantia quanto em colateralizadas. Qualidade se mantém melhor que pares privados. A carteira de crédito expandida registrou saldo de R$ 1.111 bilhão (+2,5% t/t e +15,4% a/a) refletindo principalmente o crescimento nas linhas de pessoas físicas que registrou R$ 384,7 bilhões (+3,4% t/t e +27% a/a), avançando em crédito pessoal (+6,8% t/t e +36,3% a/a), crédito imobiliário (+5,7% t/t e +27,4% a/a) e crédito consignado (+2,3% t/t e +18% a/a). O banco tem controlado o crescimento no cartão de crédito e em linhas sem garantia reduzindo exposição no mar aberto e mantendo o crescimento em clientes que possuem maior relacionamento. Em PJ o Itaú reportou saldo de R$ 301 bilhões (+2,5% t/t e +14,7% a/a) com destaque de crescimento nas linhas de BNDES/Repasses (+9,6% t/t e +16,9% a/a), Crédito Imobiliário (+7,1% t/t e +54,7% a/a) e Financiamento a exp./imp. (+5,6% t/t e +41% a/a). A qualidade de crédito mais uma vez foi destaque positivo para o banco, que ao contrário de pares privados tem reportado maior deterioração. O banco mostra uma deterioração mais controlada e mais voltada à normalização, com isso o NPL 90d foi de 2,8% no 3T22 piorando apenas 12 bps t/t e ainda abaixo da média pré-pandemia. A deterioração continua concentrada em linhas de pessoas físicas sem garantia como cartão de crédito, crédito pessoal e financiamento de veículos. Em pessoas físicas o NPL foi de 4,7% com piora de 30 bps t/t já em linha com a média pré-pandemia, já em Pessoa Jurídica o NPL continua em níveis abaixo da normalidade reportando taxa de 0,1% (estável t/t) em grandes empresas e 2,3% (+10 bps t/t) em MPMEs. Com o avanço da inadimplência, mas ao mesmo tempo com maior provisionamento o banco reportou um índice de cobertura da inadimplência de 215%, uma leve piora de 3 p.p. t/t. com indicadores por segmento bem controlados e provisionados.
Serviços e Opex | Receitas com cartões segurando desempenho mais fraco das demais linhas e Despesas com pessoal sentem efeito do acordo coletivo como esperado. Em serviços o banco mostrou um resultado praticamente estável com receitas totais de R$ 12.250 milhões (-0,2% t/t e -2,9% Inter Research) refletindo: (i) queda de 3,7% t/t em conta corrente, impactada pela agenda do banco em isenções e redução dos valores cobrados a clientes; (ii) -11,8% t/t em administração de recursos, com efeito sazonal de maiores fees no trimestre passado; (iii) -16,5% t/t em assessoria eco. financeira e corretagem, com menores volumes emitidos no mercado; e (iv) forte resultado em cartão de crédito com boa evolução do TPV em crédito gerando receitas em emissões e adquirência, compensando a redução das demais linhas. Em seguros o banco mostrou avanço de 4% t/t vindo de maiores prêmios ganhos no período e pela base mais fraca no 2T que teve impacto de provisionamento em previdência. As despesas não decorrentes de juros totalizaram saldo de R$ 13.929 milhões (+4,7% t/t e +2,4% Inter Research) e houve como esperado maior pressão das despesas com pessoal que avançaram 9,5% t/t relacionado ao acordo coletivo de trabalho ocorrido em setembro, além de maiores despesas com participação nos resultados (+9,1% t/t) e provisões trabalhistas (+14% t/t). Como avanço das despesas e o modesto crescimento das receitas, o índice de eficiência piorou levemente registrando 38,9% no 3T22 (piora de 20 bps t/t), mas ainda é um dos melhores do track record do banco.
Avanços em ESG
- Não houve menção de prêmios ou entrada em índices voltados ao tema ESG. Contudo o banco já participa de diversos indicadores nacionais e internacionais.
- R$ 244 bilhões consumidos para o desenvolvimento sustentável até set/22 (61% da meta até 2025).
- Captação de R$ 1 bilhão em Letras Financeiras Verdes com clientes e IFC para financiamento de veículos elétricos, híbridos e multicombustível.
- Contrato com a Enel para abastecimento de 80% das unidades do banco com energia renovável.
- Cubo ESG e BID Lab selecionarão startups do Norte-Nordeste para um programa de capacitação voltado em bioeconomia.
- Lançamento do Iti Seu Negócio, para pequenos empreendedores com maquininha sem aluguel e rendimento de 100% do CDI.
- Abertura de 50 vagas exclusivas para profissionais com deficiência para posição de consultor de seguros.
- Lançamento do relatório anual integrado ESG 2021 com Planilha ESG com mais de 600 métricas de sustentabilidade.