OPA, vale a pena?
A Energias do Brasil (ENBR3) recebeu uma Oferta Publica de Aquisição (OPA) pelo seu atual controlador (EDP – Energias de Portugal) no valor de R$ 24/ação, o que corresponde a um prêmio de 22,3% em relação ao fechamento de quarta-feira em a R$ 19,63. O investimento potencial é de R$ 5,7 bilhões, considerando todo o free float.
O grupo controlador contratou Ernst & Young para assessoria do valuation, onde valorou a ENBR3 em uma faixa de R$ 20,20 e 22,09/ação, utilizando a metodologia do fluxo de caixa descontado. Para laudo completo clique aqui.
Contudo, a EDP optou por uma oferta de R$ 24/ação. A ideia principal é uma reestruturação de capital da empresa, onde o controlador tem acesso a fonte de financiamento mais baratas, principalmente fora do Brasil. A conclusão da operação ainda carece da definição de uma data de leilão, sendo necessário a aceitação de dois terços do free float presentes no leilão. Atualmente o free float é pouco superior a 41%.
Mas vale a pena?
A oferta está um pouco abaixo do nosso preço-alvo de R$ 26/ação. Um dos motivos desta distorção é o fato da Ernst & Young não ter aplicado a mesma metodologia do fluxo de caixa descontado para a Celesc, subsidiaria de Santa Catarina, que atua em distribuição e geração. Nosso preço para esta é cerca de R$ 1,7 e a consultoria precificou algo perto de R$ 1/ação. Outros pontos como taxa de desconto e potencial dos ativos explicam o restante da diferença.
Visto que R$ 24/ação é pouco menos do que 10% do nosso preço alvo em 26/ação, entendemos a operação como positiva aos acionistas da Energia do Brasil (ENBR3), recomendando-lhes a aceitação da oferta. Por este evento e o destravamento de valor acarretado na data de hoje, rebaixamos a recomendação para neutro, embora ainda mantendo o preço alvo em 26/ação.