4T22 deve ser misto para setor elétrico.
O 4T de 2022 para o setor elétrico deve trazer desempenho misto dentre os subsegmentos. Na Geração, principalmente as hídricas, devemos observar melhora generalizada dos indicadores, resultado de um bom período chuvoso que elevou a vazão dos rios e melhorou o nível de armazenagem dos reservatórios. O que ainda deve decepcionar são as eólicas, que ainda sofrem com velocidade dos ventos abaixo da média histórica. Transmissão, por sua vez, deve seguir trazendo números resilientes, em linha com as características peculiares do segmento, uma vez que o os resultados tendem a ser estáveis e perenes, sem grandes movimentações além dos projetos que são entregues ao longo do ano. Na Distribuição, a depender da região, devemos ver um menor ritmo de consumo, uma vez que a economia brasileira apresenta sinais de desaceleração, o que por sua vez impacta nos resultados das empresas.
Acreditamos que Energias do Brasil e Equatorial devem ser os destaques positivos do 4T22, uma vez que ambas as empresas atuam em todas as diferentes etapas da cadeia, em diferentes regiões e contam com uma ampla base de ativos, contribuindo para maior diversificação de seus negócios.
Omega (MEGA3) | Compra | Ventos melhores.
Embora ainda aquém de todo o seu potencial, o 4T22 deve apresentar ventos melhores para Omega, em conformidade com uma produção de mais de 2 mil GWh (+6% t/t) já divulgada pela empresa. Para 2023, esperamos que o quadro climático melhore, dissipando os eventos que ocorreram ao longo dos dois últimos anos, elevando, então, a velocidade dos ventos à média.
Diante disto, projetamos um EBITDA Ex Equivalência Patrimonial de R$ 290, alta de 12% t/t, mas queda de 11% ante ao EBITDA ajustado do 4T21, corrigindo efeitos não-monetários não-recorrentes. O lucro líquido, por sua vez, projetamos em R$ 75 mm (+69% t/t).
Engie (EGIE3) | Compra | Águas mais cristalinas.
O período chuvoso do final de 2022 contribuiu consideravelmente para a melhora da vazão dos rios, elevação do nível de armazenamento dos reservatórios e melhora da geração hídrica, favorecendo grande parte das usinas hídricas da Engie, e acreditamos que este quadro se mantenha ao longo de 2023.
Diante disto, projetamos um EBITDA de R$ 1.485 mm para o 4T22, sendo a TAG responsável por R$ 207 mm destes, e o restante pela performance das usinas, o que representa uma alta de 2% t/t e 38% a/a, levemente acima do consenso BBG de R$ 1.432 mm.
Alupar (ALUP11) | Compra | Crescimento em linha.
Grande parte das receitas da Alupar provém do segmento de transmissão, no qual a empresa entrou em novos projetos ao longo de 2022, expandindo sua base de ativos e faturamento, o que deve corroborar para crescimento dos resultados no 4T22. No que tange a parte de geração de energia, devemos ver também avanços, uma vez que a maior parte das usinas da Alupar são de energia hídrica.
Para o 4T22, projetamos um EBITDA de R$ 640 mm, agrupando os lotes de transmissão que entraram e fase operacional, contribuindo para a receita da empresa, bem como os bons resultados das geradoras hídricas, o que representa alta de 2% e 8% t/t e a/a, respectivamente. As expectativas de mercado estão em linha, R$ 640 mm. Já o lucro líquido ao acionista Alupar deve ser próximo aos R$ 171 mm (+17% t/t e +19% a/a).
Taesa (TAEE11) | Neutro | Bons números para o 4T22
A Taesa é uma empresa que atua exclusivamente no segmento de transmissão de energia e ao longo de 2022 entregou novos projetos no segmento, devendo performar na mesma linha em 2023.
Acreditamos na continuidade da evolução dos números da companhia, que deve entregar um EBITDA na casa dos R$ 499 mm, estável t/t e 12% maior a/a. Considerando as subsidiárias e equivalência patrimonial, este indicador deve passar para R$ 600 mm (+4% t/t e +27% a/a), sendo que nossas projeções estão acima do consenso BBG, R$ 439 mm. Por fim, projetamos um lucro líquido de R$ 377 mm, R$ 72 mm acima do consenso.
Equatorial (EQTL3) | Compra | 4T de surpresas?
Entre 2021-22, a Equatorial fez uma série de M&As, adentrando em outras vertentes de Utilities, como geração eólica e saneamento básico, expandindo a sua base de ativos. Devemos ver parte destas aquisições refletindo nos números do 4T22, apesar de ainda se encontrarem em processo de ramp up de sinergias, longe ainda da rentabilidade ideal, com total contribuição a partir de 2023.
Assim, projetamos um EBITDA de R$ 1,867 mm no 4T22, avanço de 14% t/t e, mas queda de 22% a/a, e próximo às projeções de mercado de R$ 1.910 mm. Os pontos de atenção ficam por conta dos números das CEEED e a parte de geração. Além disto, projetamos um lucro líquido pouco abaixo de R$ 797 mm, acima do consenso BBG em R$ 523 mm.
Energias do Brasil (ENBR3) | Compra | Distribuindo resultados.
A Energias do Brasil é uma empresa que atua em toda a cadeia do setor elétrico, nos setores de geração, transmissão e distribuição. Desta forma, acreditamos que todos os braços de negócios da companhia devem apresentar evolução no 4T22, com destaque para as usinas hídricas e as distribuidoras do Espírito Santo e São Paulo.
Desta forma, esperamos um EBITDA de R$ 1,2 (-8% t/t e +7% a/a), em linha as expectativas de mercado (R$ 1. 183 mm). Por fim, a empresa deve apresentar um lucro líquido de R$ 493 mm no 4T22, queda de 13% t/t e 16% a/a.