Resultados neutros neste 4T22.
Os resultados do 4T22 divulgados pela Alupar nesta quinta-feira (2 de março) foram neutros, sem grandes mudanças e em linha com nossas expectativas. O EBITDA foi de R$ 617 mm (+ 4% a/a e -3,6% vs. Inter Research). Estes aumentos são explicados principalmente pela entrada operacional de duas transmissoras no período e pelos reajustes tarifários anuais de seus contratos de transmissão. Entendemos que a empresa deve continuar avançado em seus projetos em construção ao longo de 2023, evoluindo em termos de resultados e agregando valor ao acionista. Assim, mantemos nossa recomendação de compra para Alupar (ALUP11), com preço-alvo em R$ 33/ação, visando o final de 2023.
Resultado consolidado. A receita líquida apresentada pela companhia neste 4T22 foi de R$ 759 mm (+11,8 % a/a e -0,9% vs. Inter Research). O aumento se deu por conta do início das operações comerciais das transmissoras ESTE e TSM ao longo de 2022, além dos reajustes do novo ciclo de RAP (2022-2023), que ocorreu em julho do ano passado. Em termos operacionais, o EBITDA foi de R$ 617 mm (+ 4% a/a e -3,6% vs. Inter Research), com uma redução de 6,1 p.p. em sua margem EBITDA, em 81,2%. O resultado financeiro da companhia foi negativo em R$ 216 mm, similar aos R$ 215 mm negativos do 4T21, o que resultou em um lucro líquido para a companhia de R$ 160 mm (+11% a/a e -6,7% vs. Inter Research).
Transmissão. A receita operacional líquida regulatória de transmissão registrou um valor de R$ 606 mm (+23% a/a), em resposta à entrada operacional dos empreendimentos mencionados anteriormente, em conjunto com o reajuste inflacionário do novo ciclo tarifário de seus contratos. O novo ciclo proporcionou um reajuste de 11,73% para os contratos indexados em IPCA, e de 10,72% para aqueles ajustados via IGP-M. Todavia, o avanço da receita foi parcialmente compensado pela redução de 50% em alguns empreendimentos como previsto em contrato. Assim, o EBITDA do segmento foi reportado de R$ 534 mm (+25% a/a) e o lucro líquido foi de R$ 245 mm (+77% a/a).
Geração. Apear do avanço do quadro hídrico nacional, o segmento de geração da Alupar teve um desempenho abaixo do 4T21, devido, principalmente, a queda de energia comercializada e menores preços no mercado à vista. Assim, a empresa registrou uma receita líquida de R$ 177 mm, queda de 19% a/a, com um EBITDA de R$ 112 (-54% a/a) e um lucro líquido de R$ 23 mm ante ao 114 do 4T21.
Endividamento e investimentos. No consolidado, o endividamento líquido da companhia alcançou um valor de R$ 8,8 bi (+10,2% vs. 4T21). O indicador dívida líquida/EBITDA apresentou leve redução de 3,8x em 2021 para 3,6x ao fim de 2022. O dispêndio de CAPEX durante o trimestre foi de R$ 394 mm, sendo R$ 155 mm investidos no segmento de transmissão, R$ 238 mm no segmento de geração, refletindo o estabelecimento dos ativos de transmissão ELTE e TCE e dos ativos de geração eólica Agreste Potiguar, a usina fotovoltaica de Pitombeira e a UHE La Virgen no Peru. É importante ressaltar que o lote 6 do Leilão de transmissão 02.2022, vencido pela Alupar e Perfin, foi embargado pelo TCU e passará por um processo para validação ou não do leilão.
Avanços em ESG
- Não foi destacado entrada em índices com métricas ESG.
- A Alupar destacou sete programas ambientais, que são diversos, mas destacamos a preservação ambiental de empreendimentos hidroelétricos que conservam mais de 3 mil hectares.
- A empresa também destacou que investiu cerca de R$ 3 mm em 2022 em diversos programas sociais, que vão desde incentivos à adesão aos esportes, passando por cultura e projetos de artesanato.
- A companhia ressaltou que em 2022 lançou seu programa de diversidade e inclusão, que tem por princípio empatia cognitiva, escuta ativa e entre outros.