Bons resultados marcam o trimestre
A 3R entregou cerca de US$ 193 mm de EBITDA (+84% a/a e -6% t/t), números que consideramos fortes devido a: i) expansão da produção, principalmente com entrada de ativos em operação; ii) elevado patamar do preço do petróleo e; iii) expansão no preço de gás. Por outro lado, houve queda na produção do Polo Macau, expansão dos custos de extração e operacionais. Esperamos que os bons resultados ainda prossigam, principalmente com petróleo alto, incorporação de ativos já em transição e evolução orgânica de seus campos.
Diante disto, mantemos nossa recomendação de compra para 3R, com preço-alvo de R$ 74 por ação ao final de 2023.
A produção total recorde da 3R no 3T22 atingiu quase 16,1 mil barris ao dia. Com incremento de 142% a/a e 31% t/t, a 3R se destaca novamente em termos de entrega, onde a parte de óleo correspondeu por cerca de 9,9 mil barris de óleo equivalente (BOE) dia (62% a/a e 10% t/t), e quase 6,9 mil de BOE de gás (+606% a/a e 79% t/t). As movimentações do trimestre são explicadas pela incorporação de Fazenda Belém e Peroá ao longo do trimestre, e pelas evoluções de Rio Ventura e o Cluster Recôncavo. Por outro lado, o Polo Macau ainda segue com queda de produção, devido a processos que uma de suas plantas atravessa.
Preços de venda e custo de extração. O preço médio de venda por barril de petróleo foi reportado em US$ 88,4, alta de 31% a/a, mas queda de 14% t/t. Embora o petróleo Brent ainda esteja em elevado patamar, houve arrefecimento t/t, o que explica parte do desempenho da 3R no 3T22. Já o que tange ao gás, o preço por milhão de BTU no trimestre foi de US$ 8,6 (+171% a/a e 43% t/t), fortemente impactado pelas vendas/entrada em operação de Peroá, Polo majoritariamente produtor de gás. Por fim, o lifiting cost (custo de extração) foi reportado em US$ 14,3/BOE (+69% a/a e +13% t/t). A alta é normal e justificada pela incorporação de Peroá e Fazenda Belém, intervenções técnicas e instalações de equipamento e menor produção de Macau.
Evolução dos resultados. A receita operacional líquida atingiu mais de US$ 502 no 3T22, alta de 161% e 26% no a/a e t/t, respectivamente. Os fatores positivos já mencionados como incorporação de ativos, elevado patamar do preço de vendas e evolução do Cluster Recôncavo, explicam tal variação. Todavia, com a elevação dos custos de extração, somado a expansão dos custos e despesas operacionais, (US$ 272 mm +229% a/a e 113% t/t), entendemos que a empresa deve performar melhor nos próximos resultados, ao passo em que as sinergias nos campos forem absorvidas.
Assim, o EBITDA Ajustado foi reportado em US$ 192,6 mm, alta de 84% a/a, mas queda de 6% t/t. Certamente, os resultados operacionais são um destaque positivo, bem como a empresa evoluirá de forma orgânica e inorgânica, posteriormente. Por fim, o lucro líquido foi computado em US$ 470 mm no 3T22 (prejuízo de US$ 14 mm no 3T21 e lucro de US$ 32 mm no 2T21), muito explicado pela ativação de créditos fiscais possuídos pela empresa. Entendemos que o lucro líquido ajustado, sem este fator, seria próximo de US$ 290 mm.
Avanços em ESG
- Não foi divulgado no release a entrada em índices ou prêmios relacionados à agenda ESG.
- No âmbito ambiental, a empresa divulgou que o projeto Gas-to-Wire teve entrada comercial em novembro de 2022, onde visa uma redução no consumo de energia elétrica da empresa, além de redução de queima de gases.
- Em decorrência de seus projetos sociais, a empresa lançou outro projeto, Viv3R, que visa incentivar todos os seus colaboradores a terem uma vida mais saudável e equilibrada com a prática de atividades físicas, apoio nutricional e psicológico.
- Em termos de governança, neste trimestre a empresa divulgou o projeto Agentes de Ética, que tem o intuito de disseminar os padrões de ética da empresa, além de sua cultura.