A cada dia melhor
Com resultado sem muitas surpresas, a Iguatemi demostrou no 2T22 um recorde no volume de vendas e sólidos indicadores operacionais. No varejo, a companhia vem evoluindo a operação em busca do breakeven. Com a incorporação dos números reportados, entendemos que a companhia possui relevante potencial de upside com boa relação risco retorno. Sendo assim, reiteramos nossa recomendação de compra para IGTI11, com o preço-alvo para o final de 2022 (YE22) de R$ 27/ação.
Indicadores operacionais: No 2T22, a Iguatemi apresentou uma evolução no indicador de vendas em mesmas lojas (SSS) de 50,1% (-4,9 p.p R/E e -20,6 p.p t/t) em relação ao 2T21 e 31% comparando ao 2T19, totalizando um volume de vendas de R$ 4.280 mm (+6% R/E, +28% t/t e +56% a/a) impactada positivamente pelos segmentos de moda, calçados, artigos de couro.
Nos repasses de alugueis em mesma loja (SSR), a companhia teve um crescimento de 57,9%, concomitante a um custo de ocupação saudável de 11,3% e uma estabilidade na taxa de ocupação. Ressaltamos também a inadimplência negativa reportada com a recuperação de aluguéis em atraso.
Desempenho Financeiro: Diante de um custo de ocupação menor do que o esperado, a companhia reportou receita com aluguéis 7% abaixo das expectativas. No entanto esta foi compensada pela evolução das demais linhas de receita – com destaque para os estacionamentos, que já superou o volume faturado em comparação ao 2T19 –, totalizando uma receita liquida de R$ 265 mm (9% R/E, 14% t/t e +58% a/a), desconsiderados os efeitos de linearização.
Nos custos diretos de aluguéis e serviços, a companhia apresentou um gasto nominal 12% superior às nossas estimativas devido ao maior custo no segmento de varejo (Iguatemi 365 e I-Retail) , o que resultou em um lucro bruto consolidado de R$ 194 mm (8% R/E, 14% t/t).
Com o ligeira pressão nas despesas G&A, a companhia entregou um EBITDA ajustado de R$ 178 mm (+7% R/E, +17% t/t e +64% a/a) com entrega de margem de 67% mesmo considerando, o resultado ainda negativo do segmento de varejo.
Com a D&A em linha com o esperado e resultados financeiros ligeiramente maiores (desconsiderando marcação a mercado da Infracommerce e SWAP), a Iguatemi entregou um lucro líquido de R$ 50 mm (+15% R/E e +22% t/t) com margem 1,3 p.p acima do esperado de 19%.
Com isso, chegamos a um FFO ajustado positivo de R$ 88 mm (+8% R/E e +12% t/t) com margem conforme o esperado de 34%, terminando o trimestre com o queda marginal na relação dívida líquida/EBTIDA para 2,71x.
Por fim, ressaltamos acordo anunciado de liquidação da contingência relacionada ao processo de recompra de 3,58% da participação no Shopping Center Boulevard Rio – já descontinuado do portfólio desde 2012 –, que vemos como positivo para a companhia.