Renda Variável


Hapvida | Resultado 3T22

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Breno de Paula

Publicado 10/nov2 min de leitura

Resultado positivamente impactado por efeito não recorrente

A Hapvida apresentou resultados neutros no 3T22, impactados por um efeito positivo e não recorrente referente ao ressarcimento da Promed. Este foi o terceiro resultado consolidado desde a fusão com a Notredame Intermédica. A empresa combinada encerrou o trimestre com 9,035 mm de clientes de saúde (+431 mil vs. consolidado HAPV + GNDI no 3T21 e +122 mil vs. 2T22) e 6,881 mm de clientes odonto (+427 mil a/a e +133 mil t/t). A rede própria encerrou o trimestre com 87 hospitais (5.764 leitos operacionais), 76 unidades de pronto atendimento, 329 clínicas e 275 unidades de diagnóstico, totalizando 767 pontos de atendimento próprios (+9 t/t). Além disso, a “Solução Nacional”, produto lançado no final de março fruto da combinação das duas companhias, onde os clientes passaram a ter acesso a produtos nacionais em todo o Brasil contribuiu com o acréscimo de 40 mil vidas até o final do 2T22. Acreditamos que apesar do momento ainda desafiador para as margens, a companhia está bem posicionada para a continuidade da tendência de consolidação do setor, e deve ser sofrer menos pressão das adquiridas a partir do próximo ano devido ao andamento dos processos de integração, portanto, seguimos com nossa recomendação de compra para Hapvida (HAPV3) com preço-alvo de R$ 11/ação.

A receita líquida consolidada foi de R$ 6.039 mm (+141,4% a/a), refletindo os R$ 3.717 mm provenientes da fusão. Para Hapvida ex- GNDI, a receita líquida ficou em R$ 2.605 mm (+1,8% a/a) influenciada principalmente por +25 mil vidas na base de beneficiários de saúde (com ticket estável) e +263 mil beneficiários de odonto (com queda de 15% no ticket médio).

A sinistralidade caixa consolidada registrada no trimestre voltou a subir para 73,0% (+0,7 p.p. t/t), com a da vertical Hapvida em 66,4% (+0,9 p.p. t/t) e a da vertical GNDI em 77,6% (+0,3 p.p. t/t), impactadas por: (i) inflação médica; (ii) dissídios e dissídios retroativos próximos ao IPCA (acima do que era provisionado pela companhia); (iii) maior patamar de sinistralidade das empresas adquiridas.

Em nossa visão, o pior já ficou para trás em termos de sinistralidade. No entanto, a consolidação das adquiridas menos eficientes deve atrasar o retorno aos níveis históricos (~65% combinado). Por outro lado, com a conjuntura mais favorável (considerando o desfecho da pandemia) somada ao desfecho das integrações, esperamos redução dos patamares atuais já nos próximos resultados.

O EBITDA consolidado foi de R$ 781 mm (+78,4% t/t), com margem de 12,3% (vs. 7,2% no 2T22), com crescimento relevante impulsionado pelo efeito positivo e não recorrente de R$ 417 mm referente ao ressarcimento da Promed. O lucro líquido contábil foi de R$ 35 mm (vs. prejuízo de R$ 312 mm no 1T22), com margem líquida de 0,6% (+5,7 p.p. t/t). Quando excluímos este efeito não recorrente, chegamos a um EBITDA de R$ 352 mm (-19,6% t/t), com margem de 5,6% (-1,6 p.p. t/t), e prejuízo líquido de R$ 394 mm, com margem de -6,2% (-1,1 p.p. t/t). 

No atual cenário de juros altos, o pagamento de juros da dívida ainda tem machucado a companhia, com resultado financeiro líquido negativo de R$ 345 mm (+33,2% t/t). Ao final do trimestre, a companhia consolidada apresentou dívida bruta total considerando arrendamentos de R$ 11.759 mm (-12,8% t/t) e dívida líquida considerando arrendamentos de R$ 7.921 mm (-15,4% t/t), com relação dívida líquida/EBITDA LTM de 4,2x (vs. 3,2x pré fusão). O salto significativo frente aos últimos trimestres ocorreu em função do pagamento da parcela caixa para os acionistas do GNDI de R$ 3,2 bi, dividendo extraordinário do GNDI de R$ 1,0 bi, além da consolidação da dívida do GNDI.

O fluxo de caixa livre foi de R$ 35 mm, impactado pelo aumento do EBITDA, piora no capital de giro e menores pagamentos de IR/CSLL dada a dedutibilidade do ágio e amortização do valor justo proveniente da fusão. O fluxo de caixa livre ex-M&A foi de R$ 84 mm.

Avanços em ESG

  • A NDI foi reconhecida pelo segundo ano consecutivo com o selo ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol.
  • A companhia anunciou uma parceria com a EDP para produção de 85% de energia limpa nas unidades da NDI nos próximos anos (alcançando autoprodução em 15 anos).
  • A companhia iniciou o Hapvida Tech, programa de formação voltada para profissionais de tecnologia.
  • Não houve destaques relacionados à agenda de governança.

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