Renda Variável


Grupo SBF | Resultado 3T22

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Breno de Paula

Publicado 03/nov4 min de leitura

Reestruturação impacta resultado além do esperado

O Grupo SBF divulgou um resultado fraco no trimestre, aquém das nossas expectativas, afetado majoritariamente por uma migração sistêmica, que impediu a companhia de lançar notas fiscais e ocasionou aumento do prazo de entrega e, por consequência, perda de vendas no online. Como efeito, tanto o top line quanto a margem operacional foram prejudicados e, em nossa visão, ofuscaram as entregas positivas do trimestre: (i) aberturas de Nike Stores, (ii) plataforma digital Nike e (iii) sucesso na aceitação da coleção Copa do Mundo etc.

Entretanto, como nossa análise é focada no longo prazo, entendemos que períodos de transição afetam trimestres pontuais. Acreditamos que a companhia tenha concluído o processo de estabilização de seu software e mantemos nossa visão construtiva para a tese. Reforçamos a recomendação de compra, com preço alvo de R$ 35/ação YE23.

A receita líquida consolidada alcançou R$ 1.469 mm (-1,4% a/a), reflexo do efeito negativo da migração, compensado parcialmente pelo Dia dos Pais e período pré- Copa.

O lucro bruto consolidado totalizou R$ 704 mm (+5,2% a/a), com margem de 47,9% (+3,0 p.p. a/a). O ganho de margem é protagonizado pelo desempenho de Fisia (+7,9 p.p. a/a), com maior relevância do canal DTC (margem ~2x maior que atacado) em relação a receita total. Pelo lado de Centauro, o impacto na margem bruta (-3,4 p.p. a/a) é reflexo de excepcionalidades no trimestre do ano anterior, mas dentro dos patamares históricos da operação.

As despesas operacionais atingiram R$ 543 mm (+29,8% a/a), 37,4% (+9,4 p.p) da receita líquida, exprimindo mudanças estruturais na companhia (maior share do DTC, marketing fees etc.) e gastos discricionários relacionados com decisões de investimentos nas áreas da empresa. Como sequela, o EBITDA do Grupo atingiu R$ 161 mm com margem de 11,0%, (-5,9 p.p. a/a). Mais uma vez, esperamos que os efeitos pontuais da migração tenham terminado e a alavancagem de vendas nos próximos trimestres possa reverter a rentabilidade da companhia.

A linha de resultado financeiro continua afetada pelo cenário de juros elevados, totalizando prejuízo de R$ 72 mm no 3T22. Porém, a dívida líquida/EBITDA ajustado dos últimos 12 meses alcançou 1,35x, patamar de alavancagem alinhado com a estratégia de investimentos e saudável para o Grupo.

Apesar das adversidades, o Grupo SBF registrou lucro líquido de R$ 34 mm.

Por fim, destacamos o consumo de caixa total de R$ 150 mm, com a variação do capital de giro responsável por R$ 86 mm. Grande parte desse volume é contabilizado pelo aumento da conta Estoque, que acreditamos ser em parte pelo efeito negativo de migração do sistema, mas em sua maioria devido ao maior volume de vendas esperado no 4T22.

Avanços em ESG

  • Não houve entrada em índices ou prêmios relacionados à agenda ESG publicados no release.
  • Não houve iniciativas publicadas no release referentes à agenda ambiental.
  • Não houve iniciativas publicadas no release referentes à agenda social.
  • Não houve iniciativas publicadas no release referentes à agenda de governança.

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