Renda Variável


GPA | Resultado 3T22

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Breno de Paula

Publicado 04/nov3 min de leitura

Êxito, só lá fora

O GPA divulgou resultados fracos no trimestre, com a reestruturação da operação ainda impactando as linhas de despesas. A companhia enfrenta dificuldades pelas provisões trabalhistas decorrentes do fechamento dos hipermercados Extra e performa abaixo do consenso em rentabilidade. Já o Grupo Êxito repete ótima performance em receita e eficiência operacional.

Em nossa visão, a companhia precisa focar na evolução do faturamento e da rentabilidade. Espera-se, ainda, o ajuste mais ágil na ruptura de produtos, dada a alteração na malha logística, bem como do modelo de multicanalidade. Mantemos nossa recomendação de compra, com preço alvo de R$ 27 e reforçamos que a participação na Cnova e Grupo Êxito estão subprecificadas pelo mercado.

No 3T22, a receita líquida consolidada da Companhia atingiu R$ 10.453 mm (+8,9% a/a). A performance do GPA Brasil em receita líquida (pós Extra) foi de R$ 4.305 mm no período (+10,4% a/a), já as vendas em mesmas lojas (SSS) foi +6% (t/t). A margem bruta do GPA Brasil alcançou 23,4% no 3T22 (-1,2 p.p. a/a), dada a dificuldade de repasse da inflação alimentar persistente.

Já o Grupo Éxito atingiu vendas líquidas de R$ 6.130 mm (+8,0% a/a), com SSS de +20,3% no a/a. Na operação de Colômbia, Uruguai e Argentina, a margem bruta foi de 25,6% no trimestre (+0,3 p.p. a/a) em linha com o último ano. Equilibrada pelos desafios da operação brasileira com a maior resiliência da operação hispânica, a margem bruta consolidada foi de 24,8% (-0,3 p.p. a/a).

As despesas operacionais foram mistas, após a nova estrutura da companhia. No GPA Brasil, houve aumento nominal do SG&A, que totalizou R$ 797 mm no 3T22 (+6,4% a/a), compensado pelo efeito de diluição menor na receita líquida (-1,3% a/a). Já no Grupo Êxito, as despesas com SG&A chegaram a R4 1.117 mm (+13,3% a/a) e piorou a diluição sobre a receita (-0,3 p.p. a/a), dado os níveis de inflação nos três países.

No 3T22, o GPA Brasil apresentou margem EBITDA de 5,9% (-0,6 p.p. a/a) devido a desalavancagem operacional e baixo crescimento das vendas. Na operação hispânica, a margem EBITDA acompanhou o movimento, totalizando 7,6% (-1,1 p.p. a/a), refletindo o nível de inflação. No consolidado, a margem EBITDA foi de 6,3%, em linha com as nossas expectativas (-0,6 p.p. a/a e -0,3 p.p. Inter Research).

O prejuízo financeiro totalizou R$ 313 mm no trimestre, com endividamento medido pela dívida líquida/EBITDA ajustado UDM de -1,7x, patamar saudável. Dessa forma, o bottom line foi, mais uma vez, de prejuízo, com o resultado líquido negativo de R$ 236 mm.

Avanços em ESG

Não houve entrada em índices ou prêmios relacionados à agenda ESG.

A companhia fechou o trimestre com redução acumulada de 40% a/a nas emissões de gases (escopo 1 e 2).

A companhia promoveu a 6a Semana da Diversidade do GPA.

A companhia atingiu NPS de 7,9 (+0,3 a/a) sobre clima organizacional e 8,6 (+0,3 a/a) sobre diversidade.

Lançamento do Biscoito de Polvilho Qualitá, com 100% do lucro revertido para projeto de desenvolvimento social.

Não houve iniciativa relevante em governança.

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