Renda Variável


Fleury | Resultado 3T22

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Breno de Paula

Publicado 04/nov4 min de leitura

Faturamento recorde e expansão de margem

O Grupo Fleury apresentou bons resultados no 3T22, acima de nossas projeções, impulsionados por margem bruta acima e IR/CSLL abaixo do que esperávamos. A empresa mantém sua estratégia de expansão da oferta do atendimento móvel (+36,6% a/a) em suas principais marcas, com a adição de novas rotas logísticas, que representou 9,0% do faturamento do trimestre. Vemos com bons olhos o crescimento de genômica (+30,2% a/a), refletindo a evolução dos exames de oncologia, neurogenética e doenças raras. Além disso, Fleury anunciou no dia 17/out a aprovação do aumento de capital entre R$ 600 mm e R$ 1,2 bi, com o objetivo de financiar a manutenção das estratégias de crescimento orgânico e inorgânico e a redução da alavancagem da companhia para um patamar entre 1,0-1,5x DL/EBITDA (1,7x atualmente). Apesar de estarmos com um viés positivo para a companhia, continuamos com outras preferências no setor, portanto reiteramos nossa recomendação neutra para FLRY3, com preço-alvo de R$ 22,00/ação até o fim de 2023.

A receita líquida reportada foi recorde de R$ 1.147 mm (+11,5% a/a), em linha com nossas projeções. Desconsiderando o efeito das aquisições, a companhia apresentou crescimento orgânico de 6,3% a/a. Já os exames de Covid-19, registraram o menor patamar desde o início da pandemia, representando 1,5% do faturamento bruto do 3T22 (vs. 10,7% no 3T20 e 6,0% no 3T21).

Os custos dos serviços prestados atingiram R$ 812 mm (+12,4% a/a), levando a uma margem bruta de 29,2% (ante 29,8% no 3T21), 1,6 p.p. acima de nossas expectativas. O Lucro bruto foi impactado principalmente por: (i) +14,4% no custo com pessoal e serviços médicos; (ii) +12,1% no custo de materiais; e (iii) +16,3% em D&A (referente principalmente à amortização de sistemas devido as aquisições). Já as despesas operacionais alcançaram R$ 112 mm, 9,8% da receita líquida do 3T22 (vs 11,8% no 3T21), o que representa uma redução nominal de 7,6% a/a, consequência do andamento da integração das aquisições.

O EBITDA reportado foi de R$ 332 mm (+15,2% a/a), acima de nossas estimativas, com margem de 29,0% (+0,9 p.p. a/a e +2,0 p.p. vs. Inter Research). O lucro líquido chegou a R$ 97 mm (+0,3% a/a e + 36,7% vs. Inter Research), ainda pressionado pelo resultado financeiro negativo de R$ 99 mm, parcialmente compensado pelo menor IR/CSLL bem abaixo da nossa expectativa, gerando margem líquida de 8,4% (-0,9 p.p. vs. 3T21 e +2,1 p.p. vs. Inter Research).

O crescimento da Plataforma de Saúde e Novos Elos, por operarem com margens menores que a Medicina Diagnóstica, deve seguir pressionando o crescimento de margens no médio prazo.

No 3T22, o fluxo de caixa operacional alcançou R$ 349 mm (+36,6% a/a), com conversão de 105% do EBITDA em caixa operacional. O fluxo de caixa livre do acionista ficou em R$ 118 mm no 3T22, impactado pelo aumento do Capex, que chegou a R$ 106 mm (+16,5% a/a), e dos juros pagos de R$ 61 mm (+101,6% a/a).

A empresa encerrou o trimestre com um múltiplo Dívida Líquida/EBITDA LTM de 1,7x (vs. 1,3x no 3T21 e 1,8x no 2T22), ainda bem inferior ao limite de 3,0x estabelecido pelos covenants financeiros.

Avanços em ESG

  • Eleita “Empresa de Valor” do ano na 22a edição do Prêmio Valor 1000, do Valor Econômico segundo critérios econômicos e ESG.

  • Não houve destaques relacionados à agenda ambiental. 
  • Não houve destaques relacionados à agenda social.
  • Não houve destaques relacionados à agenda de governança.

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