Renda Variável


Fleury | Resultado 2T22

Captura de Tela 2023-03-23 às 10.08.27

Breno de Paula

Publicado 05/ago4 min de leitura

Resultados mistos, em linha com nossas expectativas

O Grupo Fleury apresentou resultados mistos no 2T22, em linha com nossas projeções. No trimestre, todas as marcas do Grupo apresentaram crescimento de receita. A empresa mantém sua estratégia de expansão da oferta do atendimento móvel (+18,5% a/a) em suas principais marcas, com a adição de novas rotas logísticas, que representou 8,1% do faturamento do trimestre. Vemos com bons olhos o crescimento de genômica (+33,7% a/a), refletindo a evolução dos exames de oncologia, neurogenética e doenças raras. Além disso, nesse trimestre foram incorporados os resultados do Laboratório Marcelo Magalhães. Reiteramos nossa recomendação neutra para FLRY3, com preço-alvo de R$ 21,00/ação até o fim de 2022.

A receita líquida reportada foi recorde de R$ 1.112 mm (+19,3% a/a), em linha com nossas projeções. Desconsiderando o efeito das aquisições, a companhia apresentou crescimento orgânico de 10,0% a/a. Já os exames de Covid-19, registraram o menor patamar desde o início da pandemia, representando 3,9% do faturamento bruto do 2T22 (vs. 17,3% no 2T20 e 8,3% no 2T21).

Os custos dos serviços prestados atingiram R$ 811 mm (+20,4% a/a), passando a representar 73,0% da receita líquida da companhia (ante 72,3% no 2T21). O CSP foi impulsionado principalmente pelos aumentos de: (i) 20,8% no custo com pessoal e serviços médicos; (ii) 21,9% no custo de materiais (devido a mudança de mix com a integração das aquisições); e (iii) 31,3% em D&A (referente principalmente à amortização de sistemas devido as aquisições). Já as despesas operacionais alcançaram R$ 116 mm (10,4% da receita líquida do 2T22 (vs 13,9% no 2T21), o que representa uma redução nominal de 10,5% a/a. Vale lembrar que no 2T21, a companhia sofreu um ataque cibernético que, como consequência gerou uma série de gastos não recorrentes naquele trimestre.

O EBITDA reportado foi de R$ 298 mm (+35,6% a/a), levemente acima de nossas estimativas, com margem de 26,8% (+3,2 p.p. a/a e +1,1 p.p. vs. Inter Research). O lucro líquido chegou a R$ 71 mm (+7,6% a/a), pressionado pelo resultado financeiro negativo de R$ 86 mm, mas em linha com nossas expectativas, e com margem líquida de 6,3% (vs. 7,0% no 2T21 e 6,3% Inter Research).

O crescimento da Plataforma de Saúde e Novos Elos, por operarem com margens menores que a Medicina Diagnóstica, deve pressionar as margens no médio prazo.

No 2T22, o fluxo de caixa operacional alcançou R$ 298 mm (+4,1% vs. 1T21), com conversão de 100% do EBITDA em caixa operacional. O fluxo de caixa livre da empresa ficou em R$ 191 mm no 2T22, afetado pelo aumento do Capex. A empresa encerrou o trimestre com um múltiplo Dívida Líquida/EBITDA LTM de 1,8x (vs. 1,4x no 2T21), mas ainda bem inferior ao limite de 3,0x estabelecido pelos covenants financeiros. 


Compartilhe essa notícia

Notícias Relacionadas

Receba nossas análises por e-mail