Renda Variável


Estapar | Resultado 2T22

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Gustavo Caetano

Publicado 11/ago3 min de leitura

Mais caixa e menos dívida

No resultado do 2T22, a Estapar reportou receitas abaixo das expectativas em conjunto com maior pressão de custos, mas conseguiu entregar uma evolução no EBITDA, além de geração de caixa no trimestre. Uma vez incorporados os dados do trimestre, reiteramos nossa recomendação neutra para ALPK3, com preço-alvo de R$ 7/ação para o final de 2022.

Receita Líquida:

Apesar do recorde de receita para um segundo trimestre, no montante de R$ 274 mm, a receita liquida da companhia ficou ligeiramente abaixo do esperado (-3% R/E). O destaque negativo, em comparação às nossas projeções, foi no segmento de receitas dos contratos de longo prazo.

Em contrapartida, a Estapar apresentou números acima das expectativas nas demais linhas de receita, principalmente no segmento On-street, que foi impactado positivamente com a continuidade da maturação da Zona Azul de São Paulo.

Destacamos também a mudança de participação nos micros segmentos do portfólio da companhia. Com a perda da concessão do aeroporto de Guarulhos, a companhia passou a ter um menor percentual de faturamento advindo dos aeroportos.

Além disso, com a aquisição da Zul Digital, a companhia aumentou o número de serviços e produtos oferecidos no App Zul+, bem como alcançou uma participação de 15% das receitas provenientes do canal digital digital. Com o avanço da companhia na estratégia digital, entendemos que a Estapar possa aumentar cada vez mais a monetização dos seus clientes via plataforma digital.

Margens operacionais.

Diante de uma receita menor e os custos dos serviços prestados maiores, a Estapar entregou um resultado bruto inferior às projeções, no montante de R$ 49 mm (-7% R/E e +22% a/a) com margem bruta de 18%. A queda da margem bruta pode ser explicada pelo crescimento das alugadas e administradas na receita. Com o atual nível de caixa e alavancagem observados, esperamos que a companhia siga com essa tendência, ou seja, direcionando o crescimento em concessões consideradas asset light. Sendo assim, acreditamos que a tendência de margens menores siga para os próximos trimestres.

Com despesas SG&A em linha, a companhia reportou um EBITDA de R$ 40 mm (-48% R/E e -7% a/a) com entrega de margem de 15%.

Resultado Líquido.

Com a redução da dívida líquida, o resultado financeiro reportado foi melhor do que o esperado, no volume de R$ 56 mm (-14% R/E). Sendo assim, a companhia entregou um FFO ajustado negativo de R$ 17 mm. Apesar da surpresa positiva no resultado financeiro, a companhia reportou um resultado líquido ajustado negativo de R$ 75 mm (+54% R/E), com margem liquida de -28%.

Fluxo de Caixa e Alavancagem.

Por fim, a companhia gerou no 2T22 um fluxo de caixa de R$ 34,9 mm, com dispêndios de i) R$ 17,1 mm em capex e ii) R$ 0,9 mm em juros e variação da dívida que, em contrapartida, resultou em uma elevação do caixa no montante de R$ 16,9 mm no final.

Sendo assim, a companhia reportou uma evolução no seu nível de alavancagem, em virtude da evolução marginal observada no EBITDA concomitante a uma redução na dívida liquida. No entanto, a companhia permanece com relação Dívida líquida/ EBITDA acima de 7x.


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