Forte expansão de EBITDA e margem
A Equatorial divulgou, nesta quinta-feira (09), um bom desempenho neste 3T22. Com as suas recentes aquisições e expansões de portfólio, a companhia registrou uma positiva, porém modesta expansão de custos, que em conjunto com uma redução do volume de energia comprado para revenda, se consolidaram em uma evolução de seu resultado operacional. Além da evolução inicial obtida em suas novas operações, neste trimestre, a Equatorial também apresentou a aquisição da Celg D, empresa de distribuição que atua no estado de Goiás, e se tornará a subsidiária do grupo com maior base de clientes.
Com os papéis da companhia próximos do nosso preço-alvo de R$ 26/ação, deixando assim pouca margem para upside, mantemos nossa recomendação para o papel em Neutra, com preço-alvo inalterado para dez/2022.
Distribuição. No período, a empresa atingiu um volume distribuído de 8.785 GWh, que juntos representam variações anuais de 5,5% frente ao 3T21. A base de consumidores da companhia atingiu um valor de 10,2 mm, alta de 3,3% frente aos 9,9 mm do mesmo período do ano anterior. Os principais destaques no segmento de geração foram a CEEE-D (+7,9%), Pará (+7,1%) e Maranhão (+5,7%). Principalmente devido a atualização do ativo financeiro da companhia, a receita operacional líquida de distribuição obteve uma redução de 15% em sua comparação anual, totalizando R$ 6,1 bi.
Geração. O volume bruto de energia gerado foi de 1.432 GWh (+13% a/a). Apesar de uma menor disponibilidade de recursos eólicos no período, o crescimento se deu em razão a entrada operacional do complexo Serra do Mel 2, composto pelos parques Echo 8, 9 e 10. A queda do PLD, em resposta ao melhor cenário hídrico do período também influenciou a receita com venda de energia no curto prazo, que caiu 3,9% frente ao 3T21. Ao todo, a Echoenergia apresentou uma receita operacional líquida de R$ 300 mm (-4% a/a), mas dada a redução de compra de energia, o seu EBITDA totalizou R$ 224 mm, avanço de 16% no a/a.
Receita operacional líquida. Excluindo receitas de construção, a receita operacional líquida da Equatorial foi de R$ 5,3 bi (-18% a/a). Essa redução é um reflexo da queda de receita de R$ 1,3 bi no segmento de distribuição, em resposta a atualização de seu ativo financeiro, e foi parcialmente amenizada pelas entradas em operação comercial tanto da Echoenergia quanto da CSA, nova operação de saneamento da companhia.
Custos totais e despesas operacionais. O valor consolidado de custos e despesas do período foi de R$ 861 mm, 15% superior ao valor do 3T21, variação acima da inflação registrada entre estes períodos que foi de 7,17%. Estes avanços são reflexos principalmente das novas operações comerciais do grupo, com destaque novamente para Echoenergia, CEA e CSA, que influenciaram em um forte aumento do PMSO consolidado.
Resultados operacionais. Excluindo efeitos não recorrentes e não-caixa, como a redução de -R$ 209 mm no VNR de seu ativo financeiro, o grupo reportou um EBITDA ajustado de R$ 1,9 bi (+56% a/a). Tal variação foi influenciada tanto por uma menor compra de energia para revenda no 3T22, quanto pela contribuição operacional de seus novos ativos.
Resultados Financeiro e Líquido. O resultado financeiro do período foi de -R$ -373 bi, ante os -R$ 398 mm reportados no 3T21 justificado principalmente por: (i) alta do CDI no período, causando impacto positivo de 180% a/a nas receitas financeiras; (ii) aumento dos encargos de 17% a/a nos encargos de dívida; (iii) deflação no trimestre, sendo o IPCA responsável por cerca de 48% do endividamento do grupo. Desta forma, incluindo os ajustes de extração de efeitos não-caixa, a Equatorial reportou um resultado líquido de R$ 553 mm (+12% a/a).
Endividamento líquido e investimentos. Ao final do trimestre, o endividamento líquido da companhia atingiu um valor consolidado de R$ 24 bi, valor que era em torno de R$ 11 bi no 3T21. Este aumento é reflexo das recentes expansões do grupo. Com o EBITDA dos últimos 12 meses, a companhia agora detém uma relação dívida líquida/EBITDA de 3,4x, ante os 2,1x do 3T21. Mesmo com o aumento do endividamento, a posição de R$ 8,3 bi de caixa da Equatorial proporciona uma razão de 2,8x frente ao seu endividamento de curto prazo. No período, a Equatorial atingiu uma marca de R$ 1,7 bi em investimentos, variação anual positiva de 108% que reflete, além do aumento em investimentos nos ativos de distribuição, os aportes feitos também nas novas operações do grupo.
Avanços em ESG
- Selo Woman on Board, marcado pela presença de mulheres no Conselho de Administração da companhia.
- Grupo concluiu a elaboração de sua Políticas Ambiental, de Recursos Hídricos e de Resíduos Sólidos, que juntas irão direcionar o desempenho ambiental da companhia., visando enquadrar o seu sistema à norma ISO 14001.
- Foi formada a sua primeira turma de eletricistas 100% mulheres no estado do Pará, através de sua escola de eletricistas.
- Ingresso na carteira do índice Teva Mulheres Na Liderança (ETF ELAS11), incluindo companhias com participação relevante de mulheres em órgãos de liderança.