Forte desempenho operacional, resultado financeiro pressiona
A Equatorial divulgou um bom desempenho no 1T23. Com o crescimento dos volumes faturados, reajustes tarifários e redução de perdas somado as recentes aquisições e expansões de portfólio, com a consolidação da Equatorial Goiás, distribuidora que é a maior aquisição já feita pela companhia, além da Echoenergia, levaram a companhia a registrar um forte resultado operacional. O EBITDA ajustado foi de R$ 2,26 bi, um crescimento de 58% a/a. Acreditando no potencial da empresa e na sua habilidade de executar processos de “turn-around”, mantemos nossa recomendação de Compra para o papel, com preço-alvo de R$ 33/ação visando o final de 2023.
Desempenho operacional. No período, a empresa atingiu um volume distribuído de 12.914 GWh (+49% a/a) incluindo a incorporação da CELG-D. As perdas também apresentaram diminuição de 1,2 p.p. para 19% nos últimos 12 meses. Os indicadores DEC e FEC tiveram redução em todas as concessões já consolidadas e esse processo está e andamento nas aquisições mais recentes. No segmento de geração, o volume bruto de energia gerado foi de 1.079 GWh (+15% a/a), com maior disponibilidade de recursos eólicos no período e velocidade dos ventos 6,4% superior ao primeiro trimestre do ano anterior. O EBITDA ajustado da Echoenergia foi de R$ 151 mm (+19% a/a).
Resultado consolidado. A Equatorial reportou um EBITDA ajustado de R$ 2,26 bi no trimestre (+58% a/a). O aumento deve-se aos efeitos positivos dos novos ativos consolidados ao longo de 2022 e a melhoria de performance na distribuição com expansão de mercado, efeito tarifa e combate às perdas. O EBITDA ex-novos ativos foi de R$ 1,87 bi (+30,7% a/a). O valor consolidado do PMSO do período foi de R$ 1,15 bi, 78% superior ao 1T22, devido a consolidação da Equatorial Goiás, Echoenergia, CSA e aumento nos serviços de terceiros com esforços para melhoria de qualidade e redução de perdas no Rio Grande do Sul (CEEE-D) e Amapá (CEA) que estão em processo de turn-around. O bottom-line da empresa segue impactado pelo aumento da dívida bruta em R$ 14 bi no ano de 2022 e alta de juros no período, levando o resultado financeiro ajustado a uma alta de 151% para R$ 1,24 bi contra R$ 494 mm no 1T22. O lucro líquido ajustado foi de R$ 287 mm, baixa de 43% a/a.
Endividamento e investimentos. Ao final do trimestre, o endividamento bruto da companhia atingiu um valor consolidado de R$ 42 bi. A relação dívida líquida/EBITDA aumentou de 3,1x no 1T22 para 3,9x no 1T23, mas com uma redução em relação ao 4T22 (4,1x). Em março de 2023, ocorreu uma operação de emissão de ações PN no valor de R$ 2,1 bi. No período, a Equatorial investiu R$ 2,5 bi (+263% a/a), refletindo os aportes feitos no segmento de distribuição e nas novas operações do grupo.