Renda Variável


ENGIE Day

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Rafael Winalda

Publicado 09/dez5 min de leitura

ENGIE Day: mantemos otimismo!

A ENGIE realizou o seu Investor Day, onde tivemos a oportunidade de conversar com diversos diretores importantes para inúmeras entregas que aconteceram e acontecerão, absorvendo muitos dos insights que a empresa enxerga, bem como os desafios que se apresentam interna e externamente. Permanecemos otimistas com a companhia, sendo a nossa Top Pick das geradoras.

Assim, mantemos a nossa recomendação de compra em R$ 48/ação, visando o final de 2023. A melhora do cenário hídrico deve resultar na continuidade da evolução das margens e os projetos de transmissão já devem agregar mais ao fluxo de caixa operacional, assim como a TAG, que ganha mais destaque dentro do portfolio da empresa.

Geração de energia.

Na parte de geração destacamos alguns temas centrais sobre o que foi abordado, como a robustez do portfólio da empresa, bastante balanceado entre o mercado livre e regulado, bem como a ampla diversificação entre os clientes livres. Pode-se observar que para 2023, a empresa espera um cenário hidrológico mais favorável, deixando uma parcela descontratada de apenas 13%.

Entretanto, outros dois pontos também merecem destaque: o preço de energia de longo prazo e a abertura do mercado. O primeiro, em nossa visão e o que percebemos do management, volta a ser pressionado. O contexto brasileiro ainda é de sobre oferta, o que implica em um excesso de players/projetos ante a demanda, pressionando o preço da energia para baixo. A estratégia atual da empresa é contratar o máximo de seu portfolio para os próximos anos, acreditando que cenário atual está em um patamar mais elevado do que o futuro. Acreditamos que mesmo em um cenário desafiador para o futuro, a Engie por manter uma elevada geração de caixa, pode ter resultados melhores do que seus pares.

Já o segundo ponto, em relação à abertura do Ambiente de Contratação Livre (ACL), vemos riscos e oportunidades. Os riscos são os já conhecidos, como (i) retornos menores ante a outros integrantes que contam com subsídios e (ii) a Geração Distribuída que atinge o varejo. Por outro lado, a empresa detém menos de 10% de share do ACL, onde acreditamos ser uma forte avenida de crescimento tanto do mercado, quanto para a empresa nos próximos anos.

TAG: quanto vale este ativo?

Com o novo marco regulatório do gás no Brasil, as oportunidades de crescimento neste segmento são muito promissoras. Se por um lado o mercado brasileiro tem avançado na produção de gás, assim como em novos players demandantes, por outro existe ainda muita importação, principalmente da Bolívia. Assim, o ativo TAG torna-se extremamente estratégico, embora já conte com mais de 4,5 mil KM em extensão, sendo cerca de 50% de todos os gasodutos do país. Por outro lado, esperamos bastante crescimento do mercado, novo entrantes, novos projetos e os anunciados R$ 3,3 bi em capex para os próximos 5 anos, o que certamente alavancará os resultados operacionais da empresa.

Entretanto, o ponto chave debatido no Investor Day foi quanto à remuneração, a qual terá uma tarifa regulada pela ANP via WACC regulatório, situação semelhante as tarifas reguladas de energia e serviços de saneamento, passando a contabilizar a Base de Ativos Regulatória (BAR), os investimentos incrementais, entre outras especificações que o regulador ainda determinará. Ainda mantemos um valor justo para este ativo de quase R$ 6/ação, referente à parcela pertencente a ENGIE, mas que certamente existe muito potencial de crescimento, podendo o ativo estar sub- precificado.


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