Renda Variável


ENGIE Brasil | Revisão de Preço-Alvo e Prévias 3T22

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Rafael Winalda

Publicado 08/nov

Revisamos as nossas estimativas para ENGIE Brasil e atualizamos o nosso modelo de fluxo de caixa descontado, de forma a incorporar: (i) as recentes movimentações realizadas em seu portfólio; (ii) atualização de nossas premissas macroeconômicas; (iii) uma revisão em seu crescimento orgânico e (iv) transferência do horizonte de investimento do final de 2022 para o final de 2023. Desta forma, alteramos o preço-alvo de EGIE3 para R$ 48/ação YE23, reforçando a sua recomendação de Compra.

Tese de Investimento

A Engie é uma das maiores operadoras privadas do setor de energia elétrica no país. Com aproximadamente 10 GW de capacidade instalada, a companhia representa cerca de 5% do SIN. Em relação à energia elétrica, atua nos segmentos de geração e comercialização, além de possuir três projetos de linhas de transmissão em fase de construção. Por fim, a Engie também atua no transporte de gás natural, por meio da TAG, subsidiária que o grupo detém 65% do capital social.

Atualmente, a empresa passa por um processo de transição energética, tendo atingido recentemente, após a venda de sua última usina termelétrica abastecida a carvão (Pampa Sul), a totalidade de sua capacidade instalada proveniente de fontes renováveis, atuando no segmento de usinas térmicas somente através de biomassa. Desde 2016, a companhia realizou a venda de quatro usinas térmicas a base de carvão . Em contrapartida, a Engie vem aumentando os seus investimentos em novos projetos por fontes renováveis, como o Complexo Eólico Santo Agostinho, com 434 MW de capacidade instalada. O seu pipeline de geração apresenta 3.528 MW de capacidade instalada em energia eólica e solar. Desta forma, além de promover uma maior diversificação de seu portfólio, a empresa ainda se adequa as suas métricas de descarbonização e crescimento sustentável.

Além dos projetos de geração renovável a Engie tem buscado outras maneiras de diversificar a sua base de ativos, no intuito de mitigar os seus riscos operacionais. Como mencionado anteriormente, a Engie concluiu em 2020 a aquisição da TAG, envolvendo a posse de 4.500 km em malhas de transporte de gás natural. Por fim, a empresa detém 2.800 km de linhas de transmissão em fase pré-operacional, por meio dos empreendimentos Novo Estado e Gralha Azul, ambos com entrada operacional prevista para o início de 2023, envolvendo R$ 645 mm de RAP, além de se sagrar vencedora do Lote 7 do Leilão de Transmissão da Aneel 01/2022, que será um anexo do sistema Novo Estado, incrementando R$ 6,5 mm em sua RAP, com início previsto para 2026.

Riscos

Entre os principais riscos operacionais para a Engie, elencamos: (i) risco hidrológico, dada a sua elevada dependência atual em ativos hídricos, o que pode se tornar uma ameaça para as suas atividades em um momento de escassez, como durante a crise de 2021; (ii) riscos operacionais, como de atrasos em construção e manutenção de seus ativos; (iii) alterações de fatores macroeconômicos como de taxa de juros e inflação, que podem gerar impactos em seu resultado financeiro, endividamento e alavancagem.

Prévia do 3T22

Esperamos um desempenho positivo para o terceiro trimestre de Engie. O atual quadro hídrico, que registra o maior nível dos reservatórios que compõem o SIN entre os últimos 11 anos, quando colocado em comparação com a escassez registrada em 2021, representa um cenário mais favorável para as firmas que atuam no segmento de geração de energia.

Com a volta das hidrelétricas e a redução do despacho térmico, existe uma forte redução de custos operacionais, que resulta também em uma queda no preço de energia de curto prazo. Somados, estes dois fatores podem representar uma diminuição de custos de geração e uma oportunidade de obter um superávit em seu balanço energético, a depender das estratégias de comercialização do grupo.

Projetamos para o período, uma receita operacional líquida de R$ 2,5 bi (-9% a/a ex. TAG), queda influenciada pelas recentes alienações da companhia. A nossa expectativa para o EBITDA do período é de R$ 1,5 bi (+0% a/a ex. TAG), com ganho anual de 2 p.p. em sua margem, alcançando a marca de 62%. Por fim, mas não menos importante, projetamos um resultado líquido no montante de R$ 561 mm (+15% a/a ex. TAG), com avanço de 4 p.p. em sua margem líquida, que registra um valor de 21%.

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