Gerando energia e bons resultados
A ENGIE Brasil reportou, nesta terça-feira (08), um positivo resultado referente ao seu 3T22, em linha com as nossas expectativas. Houve uma forte retomada do desempenho de sua geração hídrica, que avançou 32,6% em produção diante das fortes chuvas registradas no Sul durante o período. Além disso, a ENGIE contou com a operação de novos empreendimentos renováveis, como os Complexos Paracatu e Floresta, que foram adquiridos ao início do ano. Com a melhora de seu desempenho operacional, a companhia obteve um avanço de 17% em seu lucro líquido ajustado, registrando R$ 710 mm.
No período, a ENGIE realizou a alienação de sua última usina termelétrica movida a carvão, Pampa Sul, pelo valor de R$ 2,2 bi. Dado o seu robusto pipeline de geração de energia renovável, ao nosso ver, esta movimentação entra como um grande reforço de caixa, o que pode se desdobrar em desenvolvimento destes projetos. Diante disto, mantemos a recomendação de Compra para EGIE3, com preço-alvo em R$ 48,00/ação YE23.
Resultado consolidado. A ENGIE apresentou no período uma receita operacional líquida de R$ 2,7 bi, contra os R$ 3,4 bi do 3T21. Excluindo receitas de construção, por apresentarem um efeito não-caixa que desconsideramos em nosso modelo, a companhia registrou uma receita operacional líquida de R$ 2,56 bi (-5% a/a e +0% vs. Inter Research), uma queda na comparação anual influenciada principalmente pelas recentes movimentações realizadas em seu portfólio. Extraindo efeitos não recorrentes e efeitos do sistema de transmissão mencionados anteriormente, o EBITDA ajustado foi de R$ 1,6 bi, (+7,3% a/a e +4,3% vs Inter Research), com ganho de 2 p.p. em sua margem, totalizando 50,1%. Desta forma, também com uma melhor performance do resultado financeiro no período, o lucro líquido foi de R$ 710 mm (+17% vs a/a). Excluindo o resultado da TAG, não projetado em nosso modelo, em conjunto com variações monetárias, o resultado líquido foi de R$ 536 mm (+4% vs Inter Research).
Produção de Energia. No período, as usinas controladas pela ENGIE apresentaram uma produção de 6.250 MWm, valor que é 28% acima do realizado no 3T21, excluindo a participação de Jorge Lacerda, complexo termelétrico vendido no 4T21. Deste total, 5.155 MWm foram originados por fonte hídrica, 956 MWm pelas fontes complementares, e 139 MWm pela termelétrica Pampa Sul, também vendida em setembro deste ano. Estes valores representam respectivas variações anuais de +32,6%, +9,4% e +15,9%, impactadas principalmente pelo forte volume de chuvas na região Sul que aumentaram a afluência dos sistemas no período, bem como pela operação comercial dos conjuntos fotovoltaicos Paracatu e Floresta, adquiridos no início do ano.
TAG. A ENGIE Brasil possui 32,5% da TAG, companhia de transporte de gás natural. No período, em resposta a uma atualização tarifária de seus contratos com a Transpetro, a companhia obteve um acréscimo de R$ 115 mm em seu EBITDA, onde a participação da Engie correspondeu a R$ 595 mm (+27% a/a), o que consolida um resultado líquido de R$ 202 mm (+33% a/a).
Projetos em Implantação. No período, o seu sistema de transmissão Gralha Azul registrou entrada em operação parcial de 94% de sua RAP, juntamente com Novo Estado que se encontra em seu estágio final de instalação, com 96% alcançados. Além disso, a companhia deu início às obras de sua última aquisição de transmissão, projeto denominado Gavião Real, com RAP de R$ 6 mm e prazo limite até março de 2026. Por fim, dos projetos em desenvolvimento que já se encontram em construção, o Conjunto Eólico Santo Agostinho apresenta 23% de progresso, enquanto Ventos do Assuruá mantém o seu cronograma para início operacional no segundo semestre de 2024. Juntos, eles somam uma capacidade instalada de 1.280 MW.
Proventos. O Conselho de Administração da ENGIE Brasil aprovou, no dia 8 de novembro, a distribuição de dividendos intercalares no valor de R$ 472 mm, referente ao resultado do primeiro semestre de 2022, o que implica em um payout de 45% do resultado do período e equivale a R$ 0,57/ação. As ações ficam ex-dividendos no dia 22/11/2022, com data de pagamento ainda a ser definida.
Avanços em ESG
- Troféu Transparência, promovido pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), reconhecendo o trabalho da companhia da divulgação de suas informações, e dando sequência a boas práticas de mercado.
- O MSCI, maior provedor de análises e ratings ESG no mundo, atualizou a classificação atribuída à ENGIE Brasil Energia de "A" para "AA" compondo, assim, grupo mais elevado do universo de utilities globais avaliado.
- No período, a companhia realizou a alienação de sua última usina termelétrica a carvão.
- Projeto “Energia Voluntária”, incentivando colaboradores a doarem parte de seu imposto de renda a causas sociais gerou no período doações na ordem de R$ 140 mil.
- Em parceria com a Head Energia, foram promovidos cursos extracurriculares para estudantes de engenharia, voltado para a capacitação de mulheres para o mercado de trabalho do setor.
- Sendo iniciativa do Fórum de Sustentabilidade da companhia, o Programa de Diálogo com stakeholders realizou cerca de reuniões com 250 pessoas em diferentes áreas de atuação, com o objetivo de abrir um canal de escuta, mapeando o cenário das comunidades dos locais onde a ENGIE está inserida.