Um bom 2022 e um melhor 2023?
A Energias do Brasil entregou bons números no encerramento de 2022. O destaque positivo foi para a distribuidora em São Paulo, com avanço no volume de energia entregue, bem como a normalização dos números da subsidiária de geração térmica e a manutenção dos resultados do segmento de transmissão. O que decepcionou foi o segmento de geração hídrica, afetado pela renovação de contratos a preços menores, mas acreditamos que o bom momento do quadro nacional deve prevalecer ao longo de 2023.Assim, mantemos nossa recomendação de Compra para Energias do Brasil (ENBR3), com preço alvo em R$ 26/ação, visando o final de 2023. Vale destacar que o ativo é uma boa opção também para uma carteira de proventos, uma vez que projetamos um DY perto de 11% para 2023.
Resultado operacional consolidado. O EBITDA ajustado da empresa, neste 4T22, foi reportado em R$ 1,1 bi, crescimento de 47% a/a em linha as nossas expectativas de R$ 1,2 bi. Em nossa opinião, os destaques foram a manutenção esperada do segmento de distribuição (+9% a/a), um EBITDA de geração térmica forte e a manutenção dos resultados do segmento de transmissão. O que deixou a desejar foi a geração hídrica, apesar da melhora do quadro nacional, a empresa incorreu de vencimentos de alguns contratos, os quais foram renovados a preços menores. Por fim, com o somatório do EBITDA levemente abaixo das nossas expectativas e com uma piora do resultado financeiro, o lucro líquido ajustado foi reportado em R$ 354 mm (0% a/a e -28% Inter Research).
Distribuição: o EBITDA de distribuição foi reportado em R$ 591 mm (+7,4% a/a), com a EDP São Paulo impulsionando o resultado (+25% a/a), devido à melhora no volume de energia e boa gestão de custos. A distribuidora do Espírito Santo, também no 4T22, apresentou uma leve queda de 3% no resultado devido ao menor volume de energia consumido na região.
Geração: começando pelo destaque positivo, que já era esperado, o EBITDA da usina térmica no 4T22 foi de R$ 169 mm (+542% a/a). Existem dois fatores importantes para explicar essa evolução, o primeiro é que a base foi mais fraca devido a uma contabilização de R$ 142 mm em função de uma reavaliação do estoque de carvão ocorrida em 2021. Outro ponto é que a usina térmica é remunerada pela disponibilidade, uma vez que o quadro hídrico apresentou melhora, o custo variável da empresa diminuiu consideravelmente, normalizando os resultados. Já no que tange a parte hídrica, fazemos a ressalva para a queda de 10% no EBITDA (R$ 257 mm no 4T22), em decorrência do vencimento de contratos e recontratação a preços mais baixos, além da alienação da Energest ocorrida em novembro de 2022.
Transmissão: A empresa segue entregando bons números no segmento de transmissão, visto o EBITDA regulatório de R$ 176 mm, em linha na comparação t/t, mas fazendo um ajuste de R$ 17 mm em decorrência de uma contabilização retroativa no 3T22. Cabe ressaltar que ainda outros dois lotes devem compor os números até a entrada operacional prevista para 2024. Já a EDP Goiás, o EBITDA reportado foi de R$ 46 mm, com margem de 74%.
Dividendos: A EDP destacou que no dia 28/12/2022 foi aprovado o pagamento de R$ 651 mm em JCP, o que corresponde a R$ 1,15/ação, e outros R$ 153 mm (R$ 0,27/ação) serão propostos via AGO no dia 11 de abril, o que totalizaria uma distribuição de R$ 1,42/ação.
Avanços em ESG
- A empresa destacou que liderou pelo segundo ano consecutivo o ranking de sustentabilidade ISE da B3.
- Não foi destacado nada referente a parte ambiental neste trimestre.
- A empresa destacou a formação das duas primeiras turmas da Escola de Eletricistas Afirmativa para Pessoas Trans, além da adesão ao Movimento Salário Digno, que faz parte do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas).
- Outra iniciativa que merece destaque é o Iluminando Oportunidades, ação que teve como objetivo dar oportunidades e proporcionar condições de formação e emprego a pessoas em situação de vulnerabilidade.
- Não foi destacado nada referente Governança corporativa.
