Renda Variável


Direcional | Resultado 3T22

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Gustavo Caetano

Publicado 08/nov

Resumo

Em meio à um top line praticamente em linha com o esperado, a Direcional apresentou novamente um forte bottom line, impulsionado pela robustez nas margens e não- recorrentes no resultado financeiro. Apesar do volume abaixo, observado nas vendas, a companhia manteve ritmo dentro do esperado no reconhecimento de receitas e, novamente, sólida eficiência nos custos de construção. No entanto, uma maior deterioração foi observada nas demais linhas de despesas operacionais, principalmente devido à maior inadimplência na carteira de recebíveis. Uma vez incorporados os números, reiteramos nossa visão de compra para DIRR3, com TP YE23 em R$ 21/ação.

Eficiência nos custos se mantém, maior deterioração observada nas despesas

Indicadores Operacionais. Nas prévias, a Direcional reportou um VGV de 967 mm em lançamentos. Apesar do número representar um crescimento marginal de 37%, o indicador veio estável frente o ano anterior e dentro das nossas projeções. Em vendas líquidas, a companhia alcançou um VGV total de R$ 682 mm no período, um recorde para companhia e um crescimento de 30% no a/a, embora esperássemos um crescimento maior em nossas projeções (-9% R/E) devido ao maior volume de lançamentos realizados no trimestre.

Vale destacar que o desempenho abaixo se deveu à queda marginal observada no VGV vendido dentro do faixa 2 do PCVA, uma vez que a subsidiária Riva manteve sua tendência de crescimento. Diante disso, a companhia teve como destaque negativo no 3T22 desaceleração acima do esperado da velocidade de vendas (VSO), caindo para 17% (-2 p.p. R/E e -3 p.p. t/t), um sinal de arrefecimento operacional.

Desempenho Financeiro. No demonstrativo de resultado, a construtora totalizou no trimestre R$ 574 mm (-2% t/t e +27% a/a) em reconhecimento de receitas, cerca de 5% abaixo das nossas projeções. No entanto, a Direcional se destacou novamente pela boa execução orçamentária de suas obras, que lhe conferiu no trimestre um custo de construção de R$ 376 mm (-6% R/E) e, consequentemente, um resultado bruto de R$ 199 mm.

Tal resultado é condizente com uma margem bruta de 35%, nível de eficiência que consideramos bastante sólido diante da pressão dos custos de construção vividos pelo setor no último ciclo e, principalmente, quando comparado aos peers.

Nas despesas SG&A, a Direcional reportou números nominalmente dentro das nossas estimativas. Embora a companhia tenha apresentado maior deterioração nas outras despesas operacionais, impactada majoritariamente pelas maiores provisões por inadimplência no pro-soluto, efeito parcialmente compensado pelo sólido desempenho registrado das SPEs na linha de equivalência patrimonial.

Com isso, a Direcional totalizou no 3T22 um EBITDA estimado de R$ 105 mm (-16% R/E, -10% t/t e +6% a/a), com margem (17%) 2 p.p. inferior às nossas projeções. Por outro lado, a companhia foi beneficiada por efeitos não-recorrentes observado no resultado financeiro líquido, principalmente devido a Swaps realizados pela tesouraria.

Também beneficiada por menores encargos tributários, a Direcional alcançou no trimestre um lucro líquido de R$ 63 mm (+9% R/E), com ganho de margem de 1 p.p. sobre o mesmo exercício do ano anterior e equivalente a um ROE LTM de 11% a/a (+1 p.p. t/t e -0,5 p.p. a/a). Diante do aumento dos recebíveis e crescimento do volume de obras, a companhia registrou no mesmo período um consumo de caixa de R$ 6 mm, consolidando uma queima caixa equivalente a R$ 20 mm no 9M22.


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