Eficiência nos custos se mantém, maior deterioração observada nas despesas
Indicadores Operacionais. Nas prévias, a Direcional reportou um VGV de 967 mm em lançamentos. Apesar do número representar um crescimento marginal de 37%, o indicador veio estável frente o ano anterior e dentro das nossas projeções. Em vendas líquidas, a companhia alcançou um VGV total de R$ 682 mm no período, um recorde para companhia e um crescimento de 30% no a/a, embora esperássemos um crescimento maior em nossas projeções (-9% R/E) devido ao maior volume de lançamentos realizados no trimestre.
Vale destacar que o desempenho abaixo se deveu à queda marginal observada no VGV vendido dentro do faixa 2 do PCVA, uma vez que a subsidiária Riva manteve sua tendência de crescimento. Diante disso, a companhia teve como destaque negativo no 3T22 desaceleração acima do esperado da velocidade de vendas (VSO), caindo para 17% (-2 p.p. R/E e -3 p.p. t/t), um sinal de arrefecimento operacional.
Desempenho Financeiro. No demonstrativo de resultado, a construtora totalizou no trimestre R$ 574 mm (-2% t/t e +27% a/a) em reconhecimento de receitas, cerca de 5% abaixo das nossas projeções. No entanto, a Direcional se destacou novamente pela boa execução orçamentária de suas obras, que lhe conferiu no trimestre um custo de construção de R$ 376 mm (-6% R/E) e, consequentemente, um resultado bruto de R$ 199 mm.
Tal resultado é condizente com uma margem bruta de 35%, nível de eficiência que consideramos bastante sólido diante da pressão dos custos de construção vividos pelo setor no último ciclo e, principalmente, quando comparado aos peers.
Nas despesas SG&A, a Direcional reportou números nominalmente dentro das nossas estimativas. Embora a companhia tenha apresentado maior deterioração nas outras despesas operacionais, impactada majoritariamente pelas maiores provisões por inadimplência no pro-soluto, efeito parcialmente compensado pelo sólido desempenho registrado das SPEs na linha de equivalência patrimonial.
Com isso, a Direcional totalizou no 3T22 um EBITDA estimado de R$ 105 mm (-16% R/E, -10% t/t e +6% a/a), com margem (17%) 2 p.p. inferior às nossas projeções. Por outro lado, a companhia foi beneficiada por efeitos não-recorrentes observado no resultado financeiro líquido, principalmente devido a Swaps realizados pela tesouraria.
Também beneficiada por menores encargos tributários, a Direcional alcançou no trimestre um lucro líquido de R$ 63 mm (+9% R/E), com ganho de margem de 1 p.p. sobre o mesmo exercício do ano anterior e equivalente a um ROE LTM de 11% a/a (+1 p.p. t/t e -0,5 p.p. a/a). Diante do aumento dos recebíveis e crescimento do volume de obras, a companhia registrou no mesmo período um consumo de caixa de R$ 6 mm, consolidando uma queima caixa equivalente a R$ 20 mm no 9M22.