Renda Variável


Direcional | Resultado 2T22

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Gustavo Caetano

Publicado 09/ago5 min de leitura

Força no top line e resiliência nas margens trazem novo resultado sólido

Com forte reconhecimento de receitas e resiliência nas margens, a Direcional reportou novamente um sólido resultado operacional. A companhia também reverteu a tendência de queima de caixa dos trimestres anteriores e reduziu seu nível alavancagem na margem. Diante do desempenho apresentado, reiteramos nossa recomendação de compra em DIRR3, com preço-alvo a R$ 15/ação para o final de 2022.

Indicadores operacionais. No segundo trimestre do ano, a Direcional totalizou um volume de lançamentos em linha com nossas projeções, de R$ 704 mm (-6% R/E) e com aceleração marginal de 26% sobre o trimestre anterior.

Nas vendas líquidas, vimos um total de R$ 674 mm (+33% t/t e 31% a/a), volume 21% superior às nossas projeções. Como resultado, a Direcional alcançou no 2T22 uma sólida VSO de 20%, cerca de 4 p.p. acima do esperado e satisfatoriamente superior aos seus pares.

Desempenho Financeiro. Diante do volume superior reportado nas vendas e avanço satisfatório das unidades em construção, a Direcional totalizou um reconhecimento de R$ 586 mm em receita líquida (+8% t/t e +39% a/a), um novo recorde da companhia que, por sua vez, superou em 18% nossas estimativas.

Mesmo diante de uma conjuntura desafiadora em termos de custos, a construtora manteve nova resiliência na margem bruta ao mantê-la estável em 35% frente o 1T22 (+2 p.p. R/E), nível condizente com o resultado bruto de R$ 205 mm alcançado no trimestre.

Sem grandes surpresas na linha SG&A, a Direcional reportou um dispêndio nominalmente dentro do esperado, de R$ 89 mm. Em meio a um desempenho mais forte no resultado de equivalência patrimonial e mesmo com a maior deterioração observada nas linhas não recorrentes, a construtora totalizou no trimestre um EBITDA de R$ 117 mm (+29% R/E, +33% t/t e +31% a/a), volume que consideramos supreendentemente forte.

Apesar da deterioração maior que o esperado nas despesas financeiras, as receitas igualmente mais fortes trouxeram à companhia um resultado financeiro líquido dentro das nossas estimativas, de R$ -33 mm.

Sem grandes variações nos encargos tributários e na linha de minoritários, a Direcional encerrou o trimestre com lucro líquido de R$ 41 mm (+114% t/t E +1% a/a), resultado impulsionado pelo forte top line – em meio às vendas crescentes – e resiliência acima do esperado na contenção de custos, gerando à companhia uma margem líquida de 7% no 2T22 (+2 p.p. R/E). Com isso, a incorporadora mantém níveis sólidos de rentabilidade mesmo com os desafios vividos pelo seu setor, com um ROE LTM de 10,8%.

Geração de Caixa e Alavancagem. Em reversão à tendência de consumo dos trimestres anteriores, a Direcional reportou no trimestre uma geração de caixa de R$ 20 mm, beneficiada positivamente pela queda no prazo médio de recebimento e maior giro dos estoques. No 2T22, a companhia ainda concluiu a emissão de R$ 300 mm em CRIs (taxa CDI+1,2% a.a.), movimentou cerca de R$ 5,5 mm em recompra de ações e aprovou a distribuição de R$ 70 mm em dividendos (R$ 0,47/ação). Ainda assim, a Direcional encerrou o período com baixo nível de alavancagem ao consolidar uma Dívida Líquida/EBITDA de 0,5x (-0,1x t/t e -0,2x a/a).

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