Evolução de ponta a ponta
Com dados operacionais mais fortes que o esperado e um sólido bottom line, a Cyrela apresentou um desempenho positivo no 3T22. Neste trimestre, destacamos a evolução tanto em termos de volume quanto em eficiência, o que alavancou os resultados da companhia em níveis superiores ao consenso do mercado. Diante da solidez apresentada e qualitativo diferenciados, consideramos a Cyrela nossa top pick dentro do setor. Assim, reiteramos nossa recomendação de compra para CYRE3, com TP YE23 de R$ 25/ação.
Indicadores Operacionais. Em suas prévias operacionais, a Cyrela reportou números acima das nossas expectativas. Com robusto VGV lançado de R$ 2.033 mm (+34% R/E), a companhia apresentou evolução no indicador tanto no comparativo anual (+7% a/a) quanto na margem (+12% t/t). No período, a Cyrela também teve surpreendente aceleração na VSO para 18% (+3 p.p. t/t e +2 p.p. a/a), o suficiente para impulsionar vendas líquidas igualmente mais fortes que o esperado, de R$ 1.713 mm (+36% t/t e +49% a/a).
Desempenho Financeiro. Beneficiada pelos bons números operacionais, a Cyrela reconheceu no 3T22 receita líquida de R$ 1.560 mm, valor 20% superior às nossas projeções, bem como um avanço trimestral de 25% no t/t e de 21% na base anualizada. Conforme esperado, a companhia obteve um alívio nos custos diretos de construção, porém em nível acima do esperado, sobretudo devido à boa precificação dos imóveis e política orçamentária eficiente dos projetos que atualmente passam na DRE.
Com isso, a Cyrela totalizou no trimestre um lucro bruto de R$ 528 mm (+35% t/t e +18% a/a), condizente à margem de 34% (+2 p.p. R/E e +3 p.p. t/t). Com a menor pressão observada nos custos de construção, ainda vemos espaço para aumento de eficiência nesta linha.
Apesar da maior deterioração observada nas despesas comerciais, a diluição obtida nas despesas G&A foram o suficiente para uma eficiência estável na linha SG&A. Além disso, a companhia apresentou recuperação marginal de 54% no resultado de equivalência patrimonial por meio das SPEs e joint ventures, no montante de R$ 60 mm (+8% R/E).
Ainda beneficiada pelo impacto não-recorrente da alienação das ações da subsidiária Cury, a companhia alcançou no trimestre um EBITDA de R$ 350 mm (+97% t/t e +18% a/a). Se considerarmos a linha ‘outros’ no demonstrativo de resultado, a companhia teria no trimestre um EBITDA ajustado de R$ 300mm, um forte resultado que supera em 43% nossas estimativas.
Por outro lado, a construtora obteve menor desempenho que o esperado no resultado financeiro líquido de R$ 7 mm (-80% R/E). Diante de encargos tributário em linha e maior impacto dos minoritários, a Cyrela encerrou o trimestre com resultado líquido de R$ 289 mm (+91% t/t e +21% a/a), bem como uma margem líquida de 19% (+4 p.p. R/E) e crescimento do ROE anualizado para 11,7%.
Mesmo com a leve deterioração observada no prazo médio dos recebíveis e crescimento dos estoques, a companhia registrou no 3T22 uma geração de caixa de R$ 188 mm, majoritariamente proveniente da alienação de ações da Cury. Com nova emissão de R$ 300 mm por meio da subsidiária Cashme, a companhia finalizou o trimestre com relação Dívida Líquida/EBITDA estável em 1,5x.
Avanços em ESG
-Não houve entrada em índices ou prêmios relacionados à ESG.
- Não houve destaques relacionados à agenda ambiental.
- Não houve destaques relacionados à agenda ambiental.
- Não houve destaques relacionados à agenda de governança.