Empresa em trajetória positiva
A Cemig divulgou um resultado positivo, principalmente nos seus segmentos de geração e distribuição, com crescimento de 4,3% a/a no volume de energia vendida e aumento de 0,7% a/a na energia distribuída. O grupo registrou um EBITDA ajustado de R$ 1,8 bi (+ 4% a/a). A revisão tarifária periódica incorporou o maior volume de investimentos realizados na distribuidora nos últimos anos e o reajuste médio foi de 13,3% e irá afetar o resultado principalmente no segundo semestre do ano. Todavia, mantemos nossa recomendação em Neutra para CMIG4, com preço alvo de R$ 14/ ação para 2023.
Desempenho operacional. A Cemig GT + Holding, apresentou um volume de energia faturada de 9,8 mm de MWh, uma expansão de +4% a/a. A Cemig GT apresentou um EBITDA de R$ 629 mm (-21,7% a/a), variação negativa em função da transferência de contratos de terceiros para a holding com efeito de R$ 235 mm. Quando se adiciona esse montante novamente, o EBITDA foi de R$ 884 mm (+8% a/a). O volume de energia distribuído pela Cemig D foi de 11,8 mm de MWh, crescimento de 0,7% a/a, com destaque para avanço de 6% na classe residencial e no transporte de energia. A companhia também apresentou uma expansão no número de clientes de 2,3% a/a na base consolidada. A Cemig D apresentou um EBITDA de R$ 688 mm (+14% a/a). Com relação ao segmento de distribuição de gás, a Gasmig apresentou redução de 35% em seu volume distribuído no trimestre, devido ao maior consumo térmico no mercado livre. O EBITDA da Gasmig foi R$ 254 mm (59% a/a).
Resultado Consolidado. O EBITDA ajustado da empresa foi de R$ 1,878 bi no 2T23, crescimento de 4% a/a. Os custos e despesas operacionais tiveram redução de 14% a/a decorrente da constituição de provisão operacional de R$1,4 bi, no 2T22. O lucro líquido foi de R$1.214 milhões no 2T23 contra R$1.139 milhões no 2T22 (+6% a/a).
Investimentos e Alavancagem. Os investimentos no primeiro semestre somaram R$ 1,7 bi com R$ 1,4 bi destinados para o segmento de distribuição. A Cemig vem em processo de desalavancagem ao longo dos últimos anos, com o indicador Dívida Líquida/EBITDA passando de 3,2x em 2018 para 1,1x no primeiro trimestre de 2023. Com o programa de investimentos R$ 42 bilhões até 2027, a alavancagem deve subir naturalmente nos próximos anos.