Renda Variável


Americanas | Resultado 2T22

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Breno de Paula

Publicado 12/ago5 min de leitura

Retomada de vendas, mesmo em ambiente desafiador

A Americanas deixa seus peers brasileiros para trás e consegue evolução positiva em vendas e rentabilidade, em linha com as nossas expectativas. O momento desafiador do cenário macroeconômico, com elevação da taxa de juros, inflação e pressão em custos exige eficiência nas principais variáveis operacionais e financeiras da Companhia. Nesse trimestre, a Americanas exibiu capacidade de gerenciar parte desses percalços, mas a despesa financeira pesou. O prejuízo líquido junto da queima de caixa, continuam como ponto de atenção. Em nossa opinião, a combinação de negócios, com intuito de maximizar o valor de Americanas foi acertada. A reorganização societária terminou com uma estrutura enxuta e comparável aos peers. Até o momento a Companhia conseguiu entregar: (i) a unificação das bases de dados; (ii) unificação dos estoques, melhorando o sortimento e o nível de serviço; (iii) integração dos CD’s em malha única e (iv) otimização financeira com redução do endividamento bruto.

Seguimos com visão cautelosa para o ecommerce brasileiro. A dinâmica expansiva dos competidores estrangeiros (Alibaba, Shopee, Amazon) e Mercado Livre, juntamente das pressões inflacionárias, de crédito e taxa de juros deixam o ambiente mais competitivo. A guerra de vendas pode provocar uma canibalização maior de margens, pois ainda estamos longe de ver um vencedor. Por isso, apesar do upside, nossa recomendação é neutra, com preço alvo de R$ 32/ação.

O GMV consolidado da Americanas totalizou R$ 13,9 bi (+10,4% a/a), com contribuição do canal digital em R$ 10,4 bi (+5,7% a/a), apesar do 1P apresentar recuo de 7,6% a/a. O 3P cresceu 18% a/a através do sortimento e evolução do número de sellers. Já as lojas físicas atingiram R$ 3,5 bi (+26,9% a/a) e vendas nas mesmas lojas +10% a/a, fruto de maior fluxo de pessoas em shoppings e recorrência de compra. Lembrando que entre os peers brasileiros, Americanas é a que tem menos exposição a linha branca.

A margem bruta apresentou melhora marginal atingindo 31,2% (+0,4 p.p. a/a), explicada pela maior representatividade das vendas físicas em relação ao online.

O EBITDA ajustado alcançou R$ 843 mm (+29,2% a/a), com margem de 12,6% (+2,2 p.p. a/a) capturando sinergias da combinação LAME e B2W, além da integração das recém adquiridas no resultado e dos números positivos da fintech Ame.

As despesas financeiras pesaram no bottom line, dados os efeitos da elevação da taxa de juros. O resultado financeiro líquido foi de -R$ 555 mm, contribuindo para um prejuízo de R$ 98 mm (-15,3% a/a) no 2T22.

A Americanas terminou o 2T22 consumindo R$ 1,58 bi de caixa, devido (i) a sazonalidade do período. O endividamento medido pela dívida líquida/EBITDA UDM ficou em 0,94x deixando a companhia numa situação confortável.

Avanços em ESG

A Companhia divulgou intenção de se tornar carbono neutro até 2025 e com 100% das operações baseadas em energias renováveis até 2030. Além disso, a operação de Americanas foi carbono neutro pelo terceiro ano consecutivo. Também deram início ao projeto “Água Higiene nas Escolas” em conjunto com a Unicef. Por fim, a empresa foi reconhecida na categoria Atacado, Varejo e Ecommerce do Guia Melhores ESG 2022 da Exame.


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