Renda Variável


Alupar | Resultado 2T22

Captura de Tela 2023-05-16 às 15.50.16

Rafael Winalda

Publicado 10/ago

Fortes linhas de crescimento

A Alupar divulgou nesta terça-feira (9) o seu resultado referente ao 2T22, que apresentou forte desempenho, em linha com nossas expectativas. A companhia registrou uma receita líquida de R$ 701 mm (+21% a/a e -1% vs. Inter Research) e um EBITDA de R$ 596 mm (+ 24%a/a e -0,3% vs. Inter Research). As variações positivas são explicadas pela entrada operacional de duas transmissoras no período (ESTE e TSM) e pelos reajustes anuais de seus contratos de transmissão. Entretanto, com maior pressão de custos e maior endividamento líquido, foi reportado também um pior desempenho financeiro, que corroborou em a deterioração de seu resultado líquido. O lucro líquido totalizou R$ 50 mm, (-37% a/a). Extraindo variáveis monetárias e cambiais, o lucro líquido ajustado foi de R$ 82 mm, (-23% a/a e -18% vs. Inter Research).

Em relação ao preço do ativo, mesmo com pouca margem de upside, mantemos nossa recomendação de Compra para ALUP11, com preço alvo para o final de 2022 de R$ 30/unit.

Receita e custos. A companhia apresentou ao final do 2T22 uma receita operacional líquida regulatória de R$ 722 mm (+21% a/a e -1% vs. Inter Research). Dessa receita, 80% são referentes ao segmento de transmissão, que apresentou forte variação positiva no período. Custos totais operacionais atingiram R$ 73 mm (+30% a/a), variação explicada pelo aumento de custos de serviços prestados, dadas as suas novas operações comerciais, tanto de transmissão quanto de geração.

Geração. A receita líquida foi de R$ 157 mm, (-9,9% a/a). Essa variação é resultado, principalmente, do desempenho total do segmento de comercialização da companhia, que reportou um faturamento de R$ 13 mm, ante R$ 31 mm no 2T21. Apesar disso, as usinas da companhia apresentaram uma disponibilidade de 96% no período (+3 p.p. a/a), gerando um total de 812 GWh no período (+6% a/a). Em relação aos seus custos, foi registrado um aumento anual de 19,7%, no valor de R$ 82,2 mm, referentes ao aumento dos custos referentes a entrada operacional da UHE La Virgen e da conta de depreciação/amortização de seus ativos.

Transmissão. A receita líquida regulatória reportada pela companhia referente ao segmento de transmissão somou R$ 556 mm, (+31,3% a/a). Esse aumento se deve por dois motivos: (i) a entrada operacional das transmissoras ESTE (fev/22) e TCM (dez/21), que juntas contribuíram com um montante de R$ 67 mm e; (ii) pelo reajuste das RAPs ocorrido no período, aumentando em 8,06% os contratos indexados por IPCA e em 37,06% aqueles ajustados por IGP-M.

Operacional. A companhia apresentou um EBITDA regulatório de R$ 596 mm no período, (+24% a/a e -0,3% vs. Inter Research). A sua margem foi de 84,9% (+2,1 p.p. a/a). Essa variação anual leva em conta principalmente as entradas operacionais das transmissoras, como mencionado anteriormente, em conjunto com os reajustes anuais de suas receitas. Em contrapartida, houve redução de 50% na RAP da transmissora Transleste, devido a entrada de seu 16° ano operacional. Por fim, a companhia anunciou lucro líquido regulatório de R$ 50 mm, (-38% a/a). Extraindo efeitos monetários e cambiais, o lucro líquido ajustado reportado foi de R$ 82 mm, (-23% a/a).

Resultado Financeiro e Endividamento. A Alupar reportou no período um resultado financeiro negativo de R$ 341 mm (+69,5% a/a). Tal variação pode ser explicada, principalmente, pelo aumento de 55% nas despesas financeiras, decorrente: (i) do aumento em R$ 50 mm nas despesas das transmissoras TSM e ESTE, que entraram em operação no período; (ii) 1ª Emissão de Debêntures da UHE Foz do Rio Claro, no valor de R$ 600 mm, emitida a CDI + 1,70%; (iii) aumento dos indexadores de dívida da companhia no período, sejam eles CDI, IPCA outros. Em relação ao seu endividamento líquido, a companhia reportou um montante de R$ 8,3 bi, (+ 6,3% t/t e + 11% a/a), explicado pelo incremento de sua dívida bruta, dada as suas últimas captações. Aproximadamente 12,5% de sua dívida total está alocada em moeda estrangeira, devido a seus ativos localizados no Peru e na Colômbia. Desta forma, a companhia encerra o trimestre com um indicador de dívida líquida/EBITDA no valor de 2,4x, tendo sido 1,7x no 2T21.


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