Tirando os não-recorrentes, foi bom!
A Aliansce Sonae apresentou fortes impactos não-recorrentes no 2T22, que levaram a um resultado líquido abaixo do esperado, enquanto na parte operacional, vimos números em linha com as expectativas. Diante dos números apresentados, entendemos que, desconsiderados os impactos não-recorrentes, a companhia apresentou evolução operacional no 2T22 e mantemos nosso otimismo para a empresa. Com isso, reiteramos nossa recomendação de compra para ALSO3, com preço-alvo de R$ 31/ação para o final de 2022.
Indicadores operacionais:
No 2T22, a Aliansce apresentou uma evolução de vendas em mesmas lojas (SSS) em linha com nossas expectativas, de 39,9% (-0,1 p.p R/E e -13,9 p.p t/t), totalizando o valor de R$ 3.932 mm (+2% R/E, +16% t/t e +43% a/a) em vendas totais – já superando nominalmente o mesmo período de 2019. Já no indicador de aluguéis em mesmas lojas (SSR), a companhia apresentou uma evolução inferior ao esperadp, de 37,9% (-13,7 p.p R/E e +1,3 p.p t/t), refletindo em um custo de ocupação de 10,5% e inadimplência controlada de 4,5%.
Desempenho Financeiro:
Com o SSR abaixo das expectativas, as receitas de aluguéis ficaram ligeiramente menor do que o projetado. No entanto, a companhia reportou um volume na linha de receitas de estacionamento mais forte que o esperado. Posto isso, a receita liquida ex-linearidade da Aliansce Sonae foi de R$ 254 mm (-7% R/E e +36% a/a) no trimestre. Nos custo de shoppings, a companhia apresentou redução de encargos condominiais, chegando ao valor de R$ 17 mm (+3% R/E) concomitante a uma forte redução do nível de PDD.
Seguindo para a linha G&A, a administradora reportou um dispêndio de R$ 28 mm, impactada principalmente com dissídio coletivo e ao retorno das viagens corporativas. Apesar das principais linhas de despesas e custos terem vindo em linha com nossas estimativas, a companhia reportou o montante de R$ 25 mm em despesas não-recorrentes. Sendo assim, a companhia alcançou no 2T22 um EBITDA ajustado abaixo do esperado, no valor de R$ 159 mm ( -17% R/E e +25% a/a) com entrega de margem de 63%. Com a exclusão dos não recorrentes, observamos o EBITDA ajustado no valor de R$ 185 mm (-4% R/E e +46% a/a) e margem de 73%.
No resultado financeiro, companhia registrou deterioração maior que o esperado, ficando este negativo em R$ 54 mm (+20% R/E e +80% a/a), valor distante das nossas estimativas principalmente em detrimento das despesas listadas como não-recorrentes, referentes a i) ajuste contábil não-caixa, para o reconhecimento do efeito das renegociações dos financiamentos ocorridas ao longo de 2019 e 2020 e ii) efeito da contabilização de swap. Com isso, a companhia apresentou um resultado líquido de R$ 37 mm (-47% R/E e -9% a/a), com margem liquida de 15%.
Assim, a Aliansce totalizou no 2T22 um FFO de R$ 89 mm condizente com margem de 35%, gerando um múltiplo P/FFO esperado de 10,2x para o final de 2022 – preço de fechamento do dia 10/08/22. No 1S22, a companhia reportou uma geração de caixa operacional de R$ 307 mm e uma relação Dívida Líquida/EBITDA de 1,1x.