Bons ventos para AES Brasil.
Embora poucas empresas de utilities sob nossa cobertura tenham divulgado seus números, a AES Brasil apresentou, até então, o melhor resultado do 4T22. Houve ganho em todas as suas fontes de geração, com grande destaque para hídricas e eólicas, em menor escala a solar. A melhora do quadro hídrico nacional, do volume de energia eólico e dos preços, juntamente a entrega de projetos são os destaques/o que justificaram o resulta do trimestre. Entendemos que são os mesmos fatores que devem dar o tom de 2023 para a companhia. Assim, mantemos nossa recomendação de compra para AES Brasil (AESB3), com preço alvo em 17/ação, visando o final de 2023.
Geração de energia. A geração consolidada do 4T22 foi de 2,97 mil GWh, crescimento de 25% a/a, muito em decorrência da melhora quadro hídrico. O volume total desta foi correspondente a 2,08 mil GWh, expansão de 26% a/a, em reflexo da maior afluência dos rios e recuperação dos reservatórios para níveis acima da média dos últimos 10 anos. A segunda maior fonte contribuidora é a eólica, com performance de 726 GWh no 4T22, expansão de 31% a/a. Tal variação é explicada para maior geração em Alto Sertão II e Ventus, bem como a incorporação de Mandacaru e Salinas e Ventos do Araripe, Caetés e Cassino ao portfolio ao longo de 2022. Por fim, a energia solar foi correspondeu a uma geração de 161 GWh, estável na comparação a/a.
Receita operacional evolui, mas margem bruta mais ainda. No 4T22, a receita líquida somou R$ 761 mm, pequena elevação de 4% a/a. Entretanto, a margem bruta (receita líquida – gastos com compra de energia) totalizou cerca de R$ 506 mm, incremento de 72% a/a. Em decorrência da evolução do quadro hídrico, o segmento hídrico contribuiu com um aumento de R$ 95 mm a/a, pelos fatores já mencionados e melhora no preço de venda a/a. A parte eólica contribuiu com outros R$ 92 de incremento a/a, em reflexo do crescimento do volume destacado, da contabilização de R$ 32,0 milhões referente à compensação por atraso das obras do Complexo Eólico Tucano, prevista no contrato de fornecimento dos equipamentos e correção de preços. Solar obteve singela contribuição de R$ 1,4 mm devido a atualização de preços anual.
Resultados operacionais destacam-se. O EBITDA no 4T22 foi de R$% 360 mm, crescimento de 77% a/a e R$ 1,2 em 2022, expansão de 37% a/a. Destacamos a melhora em todos os segmentos, em especial hídrica e eólica, com evolução do quadro brasileiro, melhora no preço e volumes vendidos, bem como estabilização dos custos. Assim, o lucro líquido R$ 137 mm e R$ 320 mm no 4T22 e 2022, com evolução de 336% a/a e -38% a/a, respectivamente.
Endividamento e investimentos. A dívida bruta e líquida da empresa somou cerca de R$ 11 bi e 6,7 bi no enceramento de 2022, respectivas altas de 76% e 48% a/a. A empresa acabou captando para realização dos seus projetos em construção. Já em relação aos investimentos, estes somaram R$ 618 mm, crescimento de 189% a/a, com predominância ao complexo Cajuína. Todavia, a empresa destacou seu plano de investimentos pra os próximos 5 anos, orçados em pouco mais de R$ 3 bi, onde cerca de R$ 2,5 bi deve ser realizados já em 2023, visando o término dos complexos Tucano e Cajuína, que devem agregar bastante ao portfolio da empresa.
Avanços em ESG
- A empresa reportou que continuará integrando o ISE da B3 pelo decimo sexto ano consecutivo.
- A empresa comercializou, pela primeira vez, 465.807 créditos de carbono, oriundos dos parques Eólicos de Mandacaru e Salinas, correspondente a R$ 12 milhões de receita reconhecida em 2022.
- O Não foi destacado nada referente a parte social no 4T22.
Não foi destacado nada referente a Governança corporativa no 4T22.