Bons ventos para AES Brasil.
A AES Brasil apresentou um resultado positivo no 1T23, com ganho nas fontes de geração hídrica e eólica, mas pequena queda em energia solar. A melhora do quadro hídrico nacional e maior disponibilidade de ventos foram os destaques. Entendemos que são os mesmos fatores que devem dar o tom para o ano, onde a boa performance deve continuar. Assim, mantemos nossa recomendação de compra para AES Brasil (AESB3), com preço alvo em 17/ação, visando o final de 2023.
Geração de energia. A geração consolidada do 1T23 foi de 4,56 mil GWh, crescimento de 41% a/a, muito em decorrência da melhora quadro hídrico. O volume total desta foi correspondente a 3,45 mil GWh, expansão de 29% a/a, em reflexo da maior afluência dos rios e recuperação dos reservatórios para níveis acima da média dos últimos 10 anos. A segunda maior fonte contribuidora é a eólica, com geração de 965 GWh no trimestre, expansão de 136% a/a. Tal variação é explicada para maior geração em Alto Sertão II, Ventus, Mandacaru e Salinas, bem como a incorporação de Ventos do Araripe, Caetés e Cassino ao portfolio ao longo de 2022. Por fim, a energia solar correspondeu a uma geração de 145 GWh, queda de 5,7% comparação a/a com menor radiação solar no período.
Resultado consolidado. O EBITDA ajustado no 1T23 foi de R$ 409 mm, crescimento de 30% a/a, em decorrência, principalmente, do aumento de R$ 87 mm no EBITDA de geração eólica. A margem EBITDA teve aumento de 5,8 p.p. para 52%. O resultado financeiro teve piora (+52% a/a), com maiores encargos da dívida levando o lucro líquido a R$ 68 mm, recuo de 14,6% a/a.
Endividamento e investimentos. A dívida bruta da empresa somou R$ 11,9 bi no trimestre, alta de 85% a/a. Já a dívida líquida foi de R$ 7,4 bi (+75% a/a), com o indicador de alavancagem Dívida líquida/EBITDA da AES Brasil em 3,45x. A empresa acabou captando para realização dos seus projetos em construção. Já em relação aos investimentos, estes somaram R$ 878 mm, crescimento de 129% a/a, com predominância ao complexo Cajuína. A empresa destacou seu plano de investimentos para os próximos 5 anos, orçados em pouco mais de R$ 3,4 bi, onde cerca de R$ 2,8 bi deve ser realizado já em 2023, visando o término dos complexos Tucano e Cajuína, que devem agregar bastante ao portfolio da empresa.