Óleo pesado no 4T22.
O ano de 2022 foi marcado por diversas conquistas para 3R, aquisições dos Polos Recôncavo, Fazenda Belém, Peroá e Papa Terra. A empresa avançou bastante ao longo do ano em termos de produção, atingindo mais de 15 mil BOE/D no 4T22, com muito potencial para alavancar mais ainda em 2023. Entretanto, o 4T22 foi marcado por resultados abaixo do potencial da empresa, devido a elevação de custos e parada da produção em Macau, desdobrando-se em um EBITDA ajustado R$ 113 mm, com queda de 42% a/a. Todavia, acreditamos que estes efeitos se reverterão ao longo de 2023, com melhora do custo de extração.
Agora as expectativas se voltam para o Campo Potiguar, uma vez que tem aumentado o risco quanto a paralização de alienação de todos os ativos da Petrobras. Nossa precificação para o ativo é de R$ 19/ação, cerca de 25% ante ao nosso preço alvo. Ainda mantemos otimismo quanto a conclusão desta operação, visto que o processo está bastante adiantado. Assim, mantemos nossa recomendação em R$ 74/ação, visando o final de 2023.
Produção segue evoluindo. A produção de barris equivalentes dia do 4T22 foi de 15,4 (+3% t/t e +108% a/a), impulsionado, em grande parte, pela incorporação dos polos Recôncavo, Peroá, Fazenda Belém e Papa Terra. Entretanto, o trimestre também foi marcado pelas dificuldades na produção no polo Macau, que sofreu com intervenções e paradas. Diante disto, a produção de óleo foi reportada em 8,7 mil barris dia (+37% a/a e -3% t/t), enquanto de gás foi de 6,7 mil barris dia (+524% a/a e +13% t/t).
Custo de extração. O destaque negativo, em nossa opinião, se deu ao custo de extração. Já era esperado um aumento deste, uma que a incorporação dos polos mencionados levaria a um aumento destes custos, mas somando ainda ao desempenho aquém de Macau, o custo de extração foi reportado em US$ 17,7/BOE (+84% a/a e +24% t/t). Acreditamos que ao longo de 2023 reverterá a trajetória dos custos.
Resultados operacionais. O EBITDA reportado do 4T22 foi negativo em R$ 42 mm, muito influenciado por efeitos caixa e/ou não recorrentes como o impairment do ativo Camarão em R$ 123 mm e outras duas provisões que somam cerca de R$ 31 mm em impacto. Assim, ajustando o EBITDA por estes fatores, somou-se no 4T22 113 mm (+36% a/a e -42% t/t). No ano de 2022, o EBITDA ajustado foi de R$ 710 mm, +99% a/a. Entendemos que o trimestre foi impactado pela queda da produção em Macau, bem como uma gestão de custos abaixo do potencial dos ativos da 3R.
Investimentos e dívida. A empresa segue investimento para ampliação da produção e/ou gestão mais eficiente do custo de extração, onde o capex somou R$ 150 mm no 4T22 (+153% a/a e +132% t/t). A dívida bruta da empresa encerrou 2022 em cerca de R$ 1bi, cerca de 22x maior na comparação a/a, enquanto a dívida liquida foi reportada em R$ 220 mm, versus o caixa líquido em R$ 2,5 bi em 2021. A empresa financiou a aquisição dos campos mencionados incorporados ao longo do ano. A métrica dívida líquida/EBITDA encerrou 2022 em 0,3x.
Avanços em ESG
- Não foi destacado entrada em índices com métricas ESG.
- A empresa destacou que está dando início no projeto REFLORESC3R, que visa restauração florestal de 100 hectares de reserva legal e de preservação permanente que estão em processo de degradação.
- Na esfera social, a empresa destacou que no 4T22 foram realizadas ações que visaram custear exames para mulheres de mamografia no Outubro Rosa, bem como exames para homens no novembro azul.
- No 4T22 a empresa finalizou o processo de adesão ao Pacto Empresarial Contra a Corrupção e pela Integridade, do instituto Ethos, e recebeu o selo Empresa Limpa.