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Bom Dia, Inter! 10.03.25

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Gabriela Joubert

Publicado 10/mar2 min de leitura

BDI_10.03.25

Bolsas começam em tom negativo, em semana de inflação

Apesar de terem encerrado em alta na sexta, mercados operaram sob pressão ao longo de toda a semana e nos Estados Unidos, as bolsas tiveram a pior performance semanal em sete meses. Hoje, bolsas amanhecem novamente em queda, com investidores preocupados com os efeitos das tarifas e revisando o crescimento da economia norte-americana. Juros também recuam. No Brasil, dados mais fracos de inflação na China e o cenário de guerra comercial devem pesar em semana que teremos IPCA.

Estados Unidos

Após o pior desempenho semanal desde setembro, futuros em Nova Iorque começam a semana em tom negativo, com queda de mais de 1%. No mês, S&P 500 e Nasdaq já caem mais de 3%, espelhando os receios de que as medidas de Trump escalem em uma guerra comercial global. Quase 80% dos ganhos observados pós-eleições já foram devolvidos e mais da metade das ações do S&P500 está em queda desde novembro. Os receios do mercado começam a refletir também nas projeções de lucros das empresas, com analistas revisando suas expectativas para o restante do ano. O aumento das incertezas e da volatilidade, bem como o cenário de um crescimento mais fraco demandam um posicionamento mais defensivo e já vemos alguma rotatividade acontecendo, com setores como saúde e consumo não-discricionário com melhor desempenho relativo no ano. Na contramão, o setor de tecnologia tem forte recuo, impactado principalmente pelos papéis da Nvidia. Na agenda da semana, temos diversos dados macros, com destaque para inflação tanto ao consumidor (CPI) quanto ao produtor (PPI), além do relatório JOLTs e sentimento do consumidor de Michigan.

Mundo

Na Ásia, as bolsas também recuaram nesta madrugada, com exceção do Nikkei. No Japão, salários bateram a máxima em 32 anos. Já na China, as tarifas retaliativas impostas pelo governo chinês aos Estados Unidos entram em vigor hoje, mas do lado macro, a pressão deflacionária por lá intensificou, com o núcleo da inflação mostrando queda pela primeira vez desde jan.2021. A queda da inflação ao produtor também veio acima do esperado, o que coloca em dúvida as expectativas de crescimento para a segunda maior economia do mundo. Já na Europa, bolsas operam majoritariamente em campo negativo, com investidores de olho nas ações de Trump, mas também no sentimento na região. Hoje, mercado acompanha fala de Lagarde, em busca de sinais que indiquem se o BCE deve pausar ou não seu ciclo de cortes nos juros em breve, em razão dos riscos persistentes sobre a inflação na região.

Brasil

O Ibovespa encerrou a sexta em forte alta, puxados pelos papéis das exportadoras, com destaque para Petrobras e Vale, o que ajudou a minimizar as perdas da semana mais curta, por conta do Carnaval. O PIB cresceu abaixo do esperado, avançando apenas 0,2% no 4T24, confirmando, no entanto, as expectativas de desaceleração da economia, o que poderia ajudar nas expectativas de inflação e juros. Hoje, no entanto, a pressão externa deve se sobrepor. Na agenda, teremos IPCA na semana, além de dados da produção industrial e números do varejo e pesquisa de serviços. Mas, antes, posse dos novos ministros de IGP-DI saem hoje.

Abertura

Na abertura, o índice dólar (DXY) tem leve recuo, enquanto futuros operam sob forte pressão e os juros das Treasuries devolvem parte da alta da semana passada. Bitcoin opera em US$ 82 mil. Petróleo e ouro avançam.

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