O vai e vem das tarifas e dia de Payroll e PIB brasileiro
Mercados globais amanhecem atentos à divulgação do payrollnos Estados Unidos e às falas do presidente do Fed, Jerome Powell. Ontem, bolsas de Nova York fecharam em forte queda, pressionadas pelo setor de semicondutores e incertezas na política comercial americana. O Ibovespa seguiu na contramão do mercado externo, impulsionado por ações de commodities metálicas. O dia promete volatilidade com a divulgação do PIB brasileiro e os dados de emprego nos EUA.
Estados Unidos
As bolsas de Nova York sofreram fortes perdas na quinta-feira, refletindo o aumento da aversão ao risco em meio a incertezas comerciais e de recessão. O presidente Donald Trump anunciou o adiamento das tarifas ao México e ao Canadá para 2 de abril, mas reafirmou sua intenção de adotar as tarifas na mesma data e também contribui para o clima a estimativa do Fed de Atlanta apontando contração de 1,5% no PIB americano. O setor de semicondutores liderou as quedas ontem após a Marvell Technology despencar quase 20% devido a projeções abaixo do esperado. Também no radar corporativo, a Netflix caiu 8,5% com projeções de queda no número assinantes por analistas e a AppLovin despencou 18% após alegações de violação de leis de valores mobiliários. No radar do mercado está a divulgação do relatório de emprego (payroll), que deve apontar a criação de 160 mil vagas em fevereiro. A taxa de desemprego deve permanecer em 4%, enquanto o salário médio por hora pode avançar 0,3% no mês. O mercado também aguarda os discursos de Powell e de outros dirigentes do Fed, que podem indicar os próximos passos da política monetária.
Mundo
Na Ásia, os mercados também fecharam no vermelho, pressionados pelas incertezas comerciais. A balança comercial da China mostrou exportações fracas e importações em queda nos dois primeiros meses do ano refletindo as políticas tarifárias americanas. O ministro de relações exteriores da China, Wang Yi afirmou que Pequim seguirá retaliando as tarifas arbitrárias dos EUA. Na Europa, as bolsas abriram em queda, refletindo preocupações com a política tarifária dos EUA e dados decepcionantes da indústria alemã, que registrou uma queda de 7% nas encomendas em janeiro, resultado bem abaixo das expectativas do mercado, que esperava uma queda de 2,5% no mês.
Brasil
O Ibovespa registrou sua segunda alta consecutiva, fechando com avanço de 0,25%, aos 123.357,55 pontos, impulsionado pelo setor de commodities metálicas. A Vale liderou os ganhos, acompanhada por siderúrgicas. Apesar das incertezas no exterior, o Ibovespa conseguiu se descolar da queda em Wall Street, ao fluxo estrangeiro e pessimismo com o setor de semicondutores por lá ocasionando uma rotação setorial entre os investidores. No front político, repercutiu ontem o anúncio ao final do dia, de medidas para reduzir os preços dos alimentos, que reduziu o imposto de importação em diversos alimentos entre eles: carne, café, azeite e outros. O mercado aguarda hoje a divulgação do PIB brasileiro do quarto trimestre e de 2024 onde se espera uma alta de 0,5% na comparação trimestral e 4,1% na anual.
Abertura
Na abertura, o índice dólar (DXY) recua, enquanto futuros em Wall Street têm leve alta em movimento de recuperação das quedas de ontem e os juros das Treasuries caem. O Bitcoin cai e opera abaixo dos US$ 90 mil e Petróleo avança.