OPERAÇÕES A TERMO: O QUE SÃO E COMO FUNCIONAM NA PRÁTICA
Entenda como esse tipo de contrato permite comprar ou vender ações no futuro a um preço combinado hoje — e quais são seus riscos e vantagens.
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM OPERAÇÕES A TERMO?
Esse é um tipo de investimento que permite comprar ou vender uma ação no futuro, mas com o preço combinado hoje. Ou seja: é como se você “travasse” o valor de uma ação agora, mesmo que só vá pagar (ou receber) daqui a um tempo.
Esse tipo de contrato é muito usado por quem quer se proteger de variações de preço ou alavancar os ganhos em prazos curtos — mas também pode trazer riscos se o mercado andar na direção oposta.
Vamos entender passo a passo como funciona.
O QUE É UMA OPERAÇÃO A TERMO?
A operação a termo é um acordo entre duas partes — o comprador e o vendedor — que define três elementos principais:
- o ativo (por exemplo, uma ação da Petrobras ou da Vale),
- o preço combinado,
- e a data de liquidação (quando a operação será concluída).
Na prática, o comprador se compromete a comprar a ação em uma data futura, pagando o preço combinado hoje. O vendedor, por sua vez, se compromete a entregar a ação no vencimento pelo mesmo valor, independentemente do preço de mercado naquele momento.
DIFERENÇA PARA A COMPRA À VISTA
Na compra à vista, o investidor paga e recebe a ação no mesmo dia. Já no termo, o pagamento é feito só no vencimento — e até lá, o preço fica “travado”.
Isso dá mais flexibilidade ao investidor, que pode usar o termo tanto para se proteger (hedge) quanto para especular (buscar lucros com pouca entrada de capital, alavancando a operação).
PARA QUE SERVE UMA OPERAÇÃO A TERMO?
- Proteção (Hedge): Imagine que você quer comprar uma ação, mas teme que ela suba antes de conseguir o dinheiro. Com o termo, você trava o preço de hoje, garantindo que poderá comprar depois pelo mesmo valor, mesmo que ela dispare na Bolsa.
- Especulação e Alavancagem: O investidor pode aplicar uma parte do valor total (como uma “entrada” ou garantia) e apostar na variação da ação até o vencimento. Se o preço subir, ele lucra como se tivesse comprado o papel inteiro — mas com um investimento inicial menor. O lado ruim é que, se a ação cair, a perda é proporcional ao valor total do contrato.
- Planejamento financeiro: Fundos e empresas também usam o termo para planejar custos e receitas, travando preços futuros e reduzindo a incerteza sobre valores.
EXEMPLO PRÁTICO
Imagine que as ações da empresa ABCD estão cotadas a R$ 10,00 hoje. Você acredita que o preço vai subir e faz uma operação a termo de compra por R$ 10,50, com vencimento em 60 dias, para 1.000 ações.
- Se a ação subir para R$ 12,00: Você terá direito de comprar por R$ 10,50 — ou seja, lucra R$ 1,50 por ação (R$ 1.500 no total).
- Se a ação cair para R$ 9,00: Você ainda é obrigado a comprar por R$ 10,50, amargando prejuízo de R$ 1,50 por ação (R$ 1.500).
RISCOS E CUIDADOS
Operações a termo não são recomendadas para iniciantes sem acompanhamento, pois:
- Envolvem risco de perda total do capital investido;
- Exigem garantias financeiras junto à corretora;
- Podem gerar chamadas de margem se o preço do ativo variar demais;
- São contratos personalizados, diferentes do mercado futuro, que é padronizado pela B3.
Em resumo, o termo é um instrumento de compromisso, e não apenas uma aposta. Quando você entra em uma operação a termo, não pode desistir até o vencimento — é um contrato com obrigações reais.
As operações a termo são ferramentas poderosas para planejar compras, se proteger de oscilações e até alavancar lucros. Mas também exigem conhecimento, disciplina e gestão de risco.
Antes de usar esse tipo de operação, entenda bem o funcionamento e avalie se ela faz sentido para o seu perfil de investidor.
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