Renda Fixa


Títulos privados - Parte 2: isentos

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Rafael Winalda

Publicado 11/set

Resumo

/ O que são CRIs, CRAs, LCIs e LCAs? Qual a finalidade deles? Para quais estratégias de investimentos eles são mais adequados? Quem ganha com eles?

/ Mas qual é, de fato, o risco? Existe risco de mercado? E de crédito?

Os tão badalados títulos de renda fixa isentos de IR, CRIs, CRAs, LCIs e LCAs, cresceram bastante nos últimos dois anos e caíram nas graças dos investidores. A boa remuneração, a isenção dos impostos e algum papeis com excelente relação risco/retorno são os principais fatores responsáveis pelo sucesso destas classes de produtos. Mas o que eles de fato são?

LCIs e LCAs

Começando pelos mais fáceis, as Letras de créditos de Imóveis e Letras de crédito de Agronegócios, são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras. Os recursos são diretamente repassados para participantes ou do mercado imobiliário (LCI) ou do agronegócio (LCA). Como os títulos são emitidos pelas instituições financeiras, o risco é o da instituição, assim o investidor tem que se atentar sobre a saúde financeira do banco emissor daquele produto. Uma outra vantagem é que estes são produtos elegíveis ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito), minimizando parte do risco de investimento.

  1. LCIs: as LCIs representam uma fonte de renda ao setor imobiliário, pois possui como lastro créditos imobiliários daquela instituição que a emitiu. Dessa forma, os investidores de LCI ajudam a incentivar o setor imobiliário no país, por meio do banco emissor.
  2. LCAs: já as LCAs são títulos utilizados para fomentar o agronegócio brasileiro. O risco do título está vinculado à instituição financeira que o emitiu e desde 2013 eles também contam com a proteção do FGC. As LCAs registradas na B3 podem conter os mais diversos tipos de produtos para lastros, como por exemplo Cédula de Produto Rural (CPR), notas promissórias rurais, CRH – Cédula Rural Hipotecária, e outros

CRIs e CRAs

Já os Certificados de Recebíveis Imobiliários e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio são títulos de renda fixa emitidos por securitizadoras, com também a destinação para os segmentos imobiliário e agronegócio, respectivamente. O risco, neste caso, é da empresa que levanta os recursos e não da securitizadora, diferentemente das LCIs e LCAs. Nesta modalidade não existe o FGC. Entretanto, as taxas de retorno destes títulos têm sido muito interessantes, onde o investidor tem conseguido uma boa rentabilidade, a depender do investimento que ele faz.

  1. CRIs: Os Certificados de Recebíveis Imobiliários é uma das formas do setor imobiliário captar recursos. Pense no seguinte exemplo, uma empresa deste setor precisa de recursos, seja para gerenciamento de sua própria dívida, investimentos, despesas ou alguma situação análoga, tal companhia pode estruturar uma divida em conjunto com uma securitizadora, um CRI, que teria lastro no setor imobiliário. O investidor por sua vez pode comprar tal ativo, ficando então exposto ao risco da empresa, e obviamente do setor.
  2. CRAs: Semelhantemente, os Certificados de Recebíveis Agrícolas é uma outra excelente forma de captação de recursos, mas obviamente para o setor agro brasileiro. Como existem muitas boas empresas neste segmento, visto que o agronegócio no Brasil é bem forte, há muitas possibilidades de investimento, sendo os CRAs um bom mecanismo de exposição, que é estruturado de forma parecida as CRIs.

Vide os gráficos abaixo, elaborados pela disponibilidade de produtos na plataforma do Inter, é notório que as taxas de CRIs e CRAs são bem diferentes das LCIs e LCAs, mas, novamente, o risco é bem diferente, o que explica tão situação.

Por fim, o objetivo da isenção de IR é fomentar o mercado de investimentos para os setores imobiliários e de agronegócios, onde existem boas empresas, que podem captar a boas taxas, o que por sua vez pode se traduzir em uma boa rentabilidade para os investidores pessoa física. Fique atento ao nosso site, todas as segundas-feiras produzimos o nosso Top Inter seleção renda fixa, elencando o que temos de melhor em termos de todas as classes de ativos para renda fixa!


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