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O IPCA+ é a grande oportunidade do ano?

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Rafael Winalda

Publicado 26/mar

O IPCA+ é a grande oportunidade do ano?

Talvez a pergunta de um bilhão de reais, considerando a desvalorização do milhão atualmente, seja se estamos realmente no começo do fim da alta de juros no Brasil. Se sim, a queda de juros pode se tornar uma realidade em um futuro próximo. Isso, por sua vez, poderia levar a um reposicionamento das carteiras dos investidores, possibilitando uma alocação mais tática em ativos prefixados e/ou híbridos.

Indo direto ao ponto: acreditamos que sim, estamos diante do começo do fim. Nesta News, apresentaremos um breve cenário que explica o porquê dessa perspectiva e como os investidores devem se posicionar. É fundamental que o investidor esteja atento às novas realidades do mercado e às oportunidades que podem surgir nesse novo contexto...

Boa leitura!

É o começo do fim?

Talvez, para alguns, a News desta semana se baseie em pontos já mencionados em edições anteriores, o que pode parecer repetitivo. No entanto, entendemos que estamos cada vez mais próximos de um momento de virada na política monetária brasileira, que começará com uma pausa na alta da Selic, seguida pelo arrefecimento da inflação e, posteriormente, pela queda dos juros. Esse é um ciclo normal de todas as economias.

Apoiamo-nos em quatro pilares nesta análise. O primeiro é o nível de atividade econômica, que vem diminuindo gradualmente. À medida que o nível de juros começa a pesar, os investimentos tendem a cair, resultando em um desaquecimento da economia. Nessa situação, a inflação tende a diminuir, o que cria um espaço favorável para cortes nas taxas de juros.

O segundo ponto está intimamente ligado ao anterior: o nível geral de desemprego. À medida que a atividade econômica diminui, o desemprego tende a aumentar, o que contribui ainda mais para o arrefecimento da economia. O terceiro ponto refere-se ao dólar, que recentemente tem desempenhado um papel na desinflação, melhorando marginalmente a situação.

Por fim, o comunicado do Copom na última reunião trouxe um tom mais duro, mas com um viés de uma elevação de magnitude menor para a próxima reunião. O time de macro do Inter projeta um novo aumento de 0,5%, elevando a Selic para 14,75%, o que, assim, encerraria o ciclo de alta. O mercado, respaldado pelos juros futuros, espera um valor terminal próximo de 15%, assim como as projeções dos economistas no boletim Focus.

A grande oportunidade do mercado...

Acreditamos que os ativos prefixados são bastante voláteis e apresentam uma margem de retorno relativamente menor do que os IPCA+, especialmente em termos de fechamento de juros. Por isso, consideramos que o IPCA representa a grande oportunidade do mercado atualmente.

Por quê? Porque, com um ponto de virada na taxa de juros, seja agora no segundo semestre deste ano ou, no mais tardar, no início de 2026, os ativos híbridos ou prefixados tendem a apresentar um desempenho melhor do que os pós-fixados, devido à marcação a mercado. Vale lembrar que, quando os juros sobem, os preços dos títulos caem, e quando os juros caem, os preços dos títulos sobem.

Com isso em mente, destacamos os dois gráficos a seguir. O primeiro mostra que, em 2019, os juros começaram a cair, beneficiando os ativos IPCA+ e prefixados. O segundo ilustra como, a partir de 2024, os pós-fixados tiveram um desempenho superior no ciclo contrario, de alta de juros.

Mas qual vencimento teria um potencial maior? Em um conteúdo anterior, fizemos um exercício sobre a queda de juros e o potencial de ganho com os diferentes vencimentos. Em resumo, segue a tabela a seguir, que demonstra todos os cálculos, considerando uma queda de 100 pontos percentuais (1%) em 1, 1,5 e 2 anos.

Entendemos que a B45, IPCA+ com vencimento em 2045, oferece a melhor relação risco-retorno. Ela apresenta um potencial interessante, embora tenha um longo prazo de vencimento. As taxas atuais estão próximas de +7,3%, o que, na pior das situações, garante ao investidor uma excelente rentabilidade ao manter o papel no longo prazo.

Dica cultural

A dica cultural desta semana vai para o livro Quando os Gênios Falham, de Sydney Finkelstein. A obra explora os casos de líderes empresariais brilhantes que falharam em suas empreitadas, mostrando como decisões equivocadas e padrões de comportamento podem levar ao colapso, mesmo entre os mais talentosos. Utilizando estudos de caso reais, Finkelstein enfatiza a importância da humildade e da colaboração no ambiente corporativo. Vale a leitura!


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