Será que você vai se aposentar?
O conteúdo do Inter News desta semana é uma pergunta que pouco investidores se fazem: será que você vai se aposentar? É um tema de muita importância, principalmente para aqueles que dependerão, exclusivamente ou parcialmente, do Governo para a sua aposentadoria.
Investigamos neste conteúdo alguns pontos como a evolução da pirâmide etária brasileira, contas do Governo e capacidade de pagamento do longo prazo, além de outras variáveis como dólar, inflação e juros, que impactam na qualidade de vida da população. No final apresentamos uma alternativa, investir pensando na aposentadoria, mesmo que pouco, o quanto antes começar, melhor é.
Boa leitura!
O governo vai conseguir arcar com sua aposentadoria?
Para tentar responder a essa pergunta, vamos observar alguns pontos importantes. O primeiro deles é a taxa de fecundidade, que tem decrescido ao longo do tempo, passando de 2,32 filhos por mulher no inicio dos anos 2000 para 1,57 em 2023. Quando tal número fica abaixo de 2,1, as projeções apontam decrescimento da população, o que segundo o IBGE já é a tendência do Brasil.
Com tal situação, a pirâmide etária sofre impactos diretos: como tem menos pessoas nascendo, com o tempo a população brasileira vai envelhecendo, o que é facilmente constatado no gráfico abaixo.

Agora tenha em mente que a aposentadoria dos atuais aposentados é paga pelos atuais contribuintes, ou seja, quem trabalha hoje paga indiretamente para quem já está aposentado. Assim, é facilmente presumido que a situação do futuro será mais desafiadora, uma vez que teremos um número maior de aposentados e cada vez menos contribuintes.
Quando avançamos para as contas públicas, a situação se agrava ainda mais. Atualmente, os gastos com previdência já tomam uma parcela bem grande do orçamento brasileiro, que tem pouquíssimo espaço para manobras.

Já quando olhamos para o resultado fiscal do Governo, a situação é mais desanimadora ainda. Os números recentes têm apresentado déficits elevados, o que pode indicar uma dificuldade futura na capacidade de pagamentos da aposentadoria.
Apesar das boas medidas tomadas recentemente, na direção de um controle de custos maior do Governo, muitos analistas de mercado calculam que as mesmas serão insuficientes para conter os déficits, o que por consequência também aumenta a dívida interna, o que pode levar a mais juros e inflação.

Outras variáveis também são impactadas
Como o mercado é dinâmico e muitas vezes regido pelas expectativas, algumas variáveis são impactadas agora. Uma delas, que eu acho que não é segredo para ninguém, é a alta recente do dólar, que superou a casa dos R$ 6.
Já outra variável é a inflação. O Brasil tem uma meta de inflação de 3% a.a., mas tanto a inflação corrente quanto as expectativas estão acima disto. Isso além de poder dificultar a capacidade de pagamento do Governo para os futuros aposentados, pode comprometer a qualidade de vida dos mesmos.

E é claro que não poderíamos deixar de falar dos juros, que também comprometem a capacidade de pagamento do Governo, influencia na inflação e na qualidade de vida das pessoas. Tanto o atual patamar quanto os juros futuros seguem bem elevados.

Assim, o somatório de todos estes fatores é um futuro mais difícil, crítico à capacidade de pagamento das aposentadorias. É claro que este não é só um problema brasileiro, a maioria das economias se assemelham, em algum nível, aos pontos levantados.
Mas o que fazer diante desta situação?
Invista na sua aposentadoria! É claro que a realidade das pessoas é bem diferente, nem todos tem rios de dinheiro que sobram todos os meses para investir. Mas, mesmo com pouco dinheiro, R$ 50, já é valido começar, visto que o quanto antes, mais tempo o dinheiro ficará aplicado e mais renderá, aproveitando também as elevadas taxas.
Em quais mecanismos investir pensando na aposentadoria? Bom, existem várias formas interessantes, como fundos de previdência, que contam com benefícios fiscais. Existem também fundos de ações focado no longuíssimo prazo, multimercados, outros alternativos, entre outros.
Já outra forma é a renda fixa propriamente dia, onde você pode investir tanto em títulos públicos, quanto em títulos privados. As atuais taxas estão em patamares elevados e você conta com uma menor alíquota ao passo em que o dinheiro fica aplicado mais tempo, conforme tabela regressiva.
Dica cultural
A dica cultural desta semana vai para uma intrigante série que comecei a assistir este ano, e a segunda temporada também acabou de começar na Apple TV, Severance, ou Ruptura em português. A trama se pauta na dualidade de vida pessoal e trabalho, onde um chip é implantado em alguns personagens que acabam não se lembrando da vida pessoal quando estão no trabalho e vice-e-versa. A ideia da série é incrível, vale a pena assistir.