Na próxima semana, mais precisamente na quarta-feira, 19/03, teremos mais uma reunião do Copom, onde será decidida mais uma vez a Selic meta, a taxa básica de juros brasileira, atualmente em 13,25%.
Nos últimos comunicados, o Banco Central tem direcionado bastante os rumos dessa reunião, mas a pergunta que fica ainda é: até quando a Selic continuará subindo? Na newsletter desta semana, tentamos abordar esse tema. E você, o que acha? Em qual patamar a Selic deve se estabilizar? Como isso impacta a renda fixa?
Boa leitura!
A próxima reunião...
Para a próxima reunião do Copom, acreditamos que o cenário já está definido, com uma alta de 100 pontos base (+1%), elevando a Selic para 14,25%. O Banco Central foi bastante enfático tanto em seus últimos comunicados quanto na ata, o que nos leva a crer nessa movimentação. O mercado, por sua vez, também compartilha essa expectativa de elevação, conforme os gráficos a seguir:

Como aqui estamos diante de um consenso, não tem muito o que dizer, mas a pergunta que fica é:
A Selic sobe até quanto?
O time de macroeconomia do Inter recentemente apresentou uma revisão indicando que a Selic pode chegar a 14,75%. Isso significa que, além da alta já mencionada para a próxima reunião, haveria mais um ajuste de 50 pontos base (+0,5%). Por outro lado, os economistas dos principais bancos, representados pelo relatório Focus, ainda aguardam que a Selic atinja os 15%.
Por fim, destacamos que o mercado está com um posicionamento muito próximo a essas expectativas, como evidenciado pela curva futura. Diante disso, para este ano, acreditamos que existe um certo consenso, com pouca assimetria nos prognósticos, todos próximos de um pico de 15%, com alguns prevendo um pouco mais e outros um pouco menos.

O cenário macroeconômico apresenta, de tempos em tempos, sinais mistos. No entanto, algumas variáveis já demonstram uma desaceleração, especialmente em termos de atividade econômica, o que impacta o PIB, a inflação e os juros. Ao observar a variação trimestral do PIB e o nível de atividade nos gráficos a seguir, é perceptível que o ritmo está se tornando cada vez menos acentuado.

Em decorrência desse cenário, outra variável que já apresenta sinais de desaceleração é a taxa de desocupação, que vem subindo gradativamente. Isso é esperado, uma vez que a desaceleração da atividade econômica tende a aumentar o desemprego.

Contudo, alguém pode argumentar que tanto a inflação corrente quanto as expectativas estão em níveis elevados, muito longe da meta do Banco Central, que é de 3%. Atualmente, itens bastante voláteis, como os alimentos, têm exercido uma influência significativa. No entanto, tanto o governo quanto alguns especialistas apontam para uma super safra de alimentos em 2025, o que pode contribuir para a redução dos preços.

Dessa forma, estamos mais convictos de um cenário com um pico da Selic próximo de 15% neste ano, especificamente em 14,75%, conforme indicado pelo time de macroeconomia do Inter.
No entanto, como o cenário ainda deve ser bastante volátil, os títulos pós-fixados devem continuar apresentando um desempenho melhor do que os ativos prefixados ou híbridos, pelo menos no curto prazo. Para o longo prazo, a situação se inverte; acreditamos que as taxas dos títulos atrelados ao IPCA+ representam uma excelente oportunidade, que o investidor deve observar com mais atenção.

Dica cultural
A dica cultural desta semana vai para uma série muito interessante criada por Vince Gilligan e Peter Gould chamada Better Call Saul. Com personagens complexos, diálogos intrigantes e situações de negociação de alto estresse, Saul Goodman, advogado e personagem principal, enfrenta inúmeros dilemas éticos. Vale a pena assistir!