Déficit primário em setembro fica em R$7,3 bilhões
O resultado fiscal consolidado ficou em R$7,3 bilhões em setembro, um pouco pior que a expectativa de R$5,4 bilhões, puxado pelo déficit maior dos municípios, provável resultado da aceleração de gastos pré-eleição. No acumulado do ano, o déficit soma R$93,6 bilhões, cerca de 1,1% do PIB, bem acima da meta 0 definida pelo novo arcabouço, o que segue gerando insegurança no mercado. Em setembro, a variação cambial positiva reduziu as despesas com juros e o déficit nominal no mês foi de R$53,8 bilhões, o que também contribuiu para manter a dívida bruta constante em 78,3% do PIB. No entanto, o endividamento segue em forte alta no ano, +3,8 p.p. do PIB e o déficit nominal acumula 9,3% em 12 meses. O elevado custo da dívida, que está próximo de 11% ao ano, segundo relatório do tesouro, deve manter a trajetória de alta no endividamento.
O resultado fiscal mostra um déficit estrutural próximo de 1% do PIB, o que deve continuar impactando o resultado de 2025. O adiamento do anúncio das medidas de ajuste continua pressionando o dólar e consequentemente a expectativa de inflação e juros pelo mercado. No atual cenário precificado, com a Selic voltando para o patamar de 13%, o crescimento da atividade em 2025 também pode ficar comprometido e pressionar ainda mais a deterioração fiscal. Podemos ter mais um ano de fiscal expansionista e monetário contracionista, mas com efeito cumulativo negativo para o crescimento econômico.