Taxa de desocupação ficou em 6,2% em outubro
A taxa de desocupação recuou para 6,2%, a menor taxa da série histórica da PNAD Contínua. Com o ajuste sazonal, a taxa de desocupação foi um pouco maior, 6,4%, mas também a menor da série histórica. A população ocupada atingiu novo recorde de 103,6 milhões e a população desocupada reduziu para 6,8 milhões.
Emprego formal e informal batem recordes. Os trabalhadores formais chegaram a 63,3 milhões, com uma estabilidade nos setores privado e público (40,4 milhões e 12,8 milhões, respectivamente) e também em número de empregadores (3,5 milhões), enquanto os trabalhadores formais por conta própria passaram de 6,4 para 6,6 milhões. A taxa de informalidade também aumentou para 38,9% com mais de 40 milhões de trabalhadores com emprego informal. O aumento de trabalhadores por conta própria reflete um dinamismo do emprego que se encontra em um alto nível de rotatividade, mas também vemos a informalidade ainda sendo opção para muitos trabalhadores.
Capacidade ociosa do mercado reduziu. Houve uma queda da capacidade de absorção de mão de obra com a taxa composta de subutilização reduzindo para 15,4%, juntamente com uma continuidade de melhora na taxa de participação que aumentou para 62,6%. Temos mais pessoas participando da força de trabalho e ainda assim sem piora no desemprego, um reflexo de como o mercado encontra-se apertado.
Massa salarial volta a bater recorde. A massa de rendimento real habitual chegou a R$332,6 bilhões, alta anual de 7,6%, e a massa real efetiva cresce 8,3% no ano. A renda real efetiva cresce 4,5% no ano e volta a superar a tendência de crescimento pré-pandemia. Já o rendimento médio habitual ficou relativamente estável no trimestre e tem alta anual de 3,9% acima da inflação.
Caged indica adição de 132 mil vagas
A geração de emprego formal em outubro foi de 132 mil novas vagas, ante expectativa de 192 mil. O resultado menor que o esperado foi também abaixo do gerado em outubro de 2023 (54 mil vagas a menos) e foi resultado de um recorde em desligamentos na série do Novo Caged iniciada em 2020. Com isso, o acumulado em 12 meses desacelerou após 4 meses consecutivos de alta. O acumulado no ano se encontra robusto, com 2,1 milhões de vagas, enquanto em 2023 no mesmo período o saldo acumulado era de 1,8 milhões.
O salário médio real de admissão avança apenas 1,15% acima da inflação na comparação anual, sem indícios de pressão inflacionária. De acordo com o salriômetro da FIPE, o reajuste nominal mediano seguiu em 5% em outubro e houve uma redução da proporção de reajustes acima do INPC de 88,9% para 83,8%. A prévia de novembro mostra uma continuidade dessa redução dos reajustes, uma boa notícia para conter pressões inflacionárias.
A redução do ritmo da geração de empregos indica uma desaceleração da atividade. O recorde de desligamentos foi puxado principalmente pelos setores de agropecuária e construção. O setor agropecuário sofre com as condições climáticas adversas que tivemos ao longo do ano, enquanto o setor de construção encontra dificuldades em encontrar trabalhadores qualificados ao mesmo tempo em que os recursos de financiamento começam a ficar escassos. Mas destaca-se também uma forte desaceleração no saldo na indústria e nos serviços, sugerindo perda de dinamismo nesses setores. Esperamos uma acomodação no próximo ano, ainda em patamares historicamente elevados, com o cenário de expectativas desancoradas, falta de credibilidade na política fiscal e depreciação cambial e juros elevados por mais tempo devendo impactar negativamente a atividade.