Macroeconomia


Mercado de Trabalho | Maio 2024

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Luana Bretas

Publicado 28/jun1 min de leitura

Taxa de desocupação foi 7,1% em maio

A taxa de desocupação veio abaixo do consenso do mercado (7,3%), em 7,1% na série original e 6,9% na série dessazonalizada. O resultado é o menor desde 2014 quando tivemos a menor taxa da série histórica. A população desocupada reduziu em 13% comparado a maio de 2023, um total de 7,8 milhões de pessoas, menor número desde fevereiro de 2015, enquanto a população ocupada atingiu novo recorde, 101,3 milhões de pessoas, alta de 3% no ano. A taxa de participação permaneceu estável em 62%, se acomodando nesse patamar desde o final de 2022.

Tanto os empregos com carteira assinada como os sem carteira bateram recorde da série histórica. O número de empregados no setor privado aumentou 4,1% no ano. Os empregos formais continuam com crescimento consistente de 0,3% no trimestre móvel.

Dados do Novo Caged vem abaixo das expectativas

Ao contrário da Pnad, o saldo de empregos formais desacelerou em maio para 131,8 mil vagas. Com esse resultado o saldo acumulado em 12 meses teve a primeira queda desde novembro. A geração de empregos continua robusta, com mais de 1 milhão de vagas no ano, resultado acima do observado no acumulado de janeiro a maio em 2023. Alguma divergência com os dados da Pnad é esperado devido ao horizonte de tempo de cada pesquisa. A Pnad divulga os dados em trimestres móveis enquanto o Caged é uma pesquisa mensal.

A maior perda no saldo veio do comércio, bastante impactado pela tragédia no RS. O único setor com aumento de empregos de abril para maio foi a agropecuária, influência de questões sazonais. Nos últimos 12 meses a indústria é o setor que apresenta maior tendência de alta, observada principalmente no setor de eletricidade e gás.

Salários continuam em alta

O rendimento médio real habitual cresceu 0,6% no mês e no ano teve alta de 5,6%. O rendimento efetivo segue batendo recordes, mas ainda sem ultrapassar a tendência do período anterior à pandemia. Com a alta de salários e da população empregada, a massa de rendimento habitual também atingiu máxima histórica, subindo 9% no ano acima da inflação.

Já com os dados no Novo Caged, o salário médio de admissão teve queda na margem, mas em 12 meses cresce 2,95% acima da inflação, próximo do ganho real de 3% do salário mínimo.

A proporção de reajustes salariais acima da inflação atingiu recorde em maio, com 92,2% de ajustes acime do INPC de acordo com dados da FIPE. O reajuste nominal mediano foi de 5% enquanto o INPC acumula 3,2% em 12 meses.

O bom desempenho do mercado de trabalho ajuda a manter o consumo aquecido, o que acaba retardando o efeito desinflacionário da política monetária restritiva. Além disso, a alta real dos salários sem observação de aumento de produtividade é outro ponto de risco para pressões inflacionárias, pois gera um impulso de demanda sem ser acompanhado pelo lado da oferta. O BC segue mencionando a robustez do emprego e da renda como motivos para uma postura mais cautelosa e, com a piora das expectativas da inflação, sinais de uma atividade menos aquecida se tornam ainda mais necessários para voltarmos a ver queda nas taxas de juros.


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