Macroeconomia


Mercado de Trabalho | Junho 2024

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Luana Bretas

Publicado 31/jul1 min de leitura

Taxa de desocupação ficou em 6,9% em junho

A taxa de desocupação teve nova queda em junho e ficou em 6,9%, em linha com as expectativas e estável com ajuste sazonal. A taxa de participação aumentou para 62,2%, com a população ocupada chegando a 101,8 milhões de pessoas, novo recorde da série histórica, e a população desocupada recuando para o menor valor desde fevereiro de 2015.

Tanto os empregos formais como os informais tem apresentado crescimento, mais forte entre os formais que crescem a uma taxa de 2,7% no ano. A taxa de informalidade ficou em 38,6%, mais baixa que a do primeiro primeiro trimestre desse ano.

Renda tem crescimento forte e a massa salarial atinge novo recorde. O rendimento médio habitual tem um crescimento anual de 5,8% acima da inflação, e do rendimento efetivamente contabilizado no trimestre chegou a crescimento real de 6,1%, superando o valor que seria atingido com a tendência de crescimento antes da pandemia. A massa de rendimento habitual real alcançou R$322 bilhões, alta 9,2% no ano e deve manter o consumo das famílias em crescimento no segundo semestre.

Emprego formal gera 201 mil novas vagas

O dado do Caged também confirma o cenário robusto do mercado de trabalho. A geração de empregos formais em junho foi de 201 mil novas vagas, acima da expectativa. Com esse resultado o saldo acumulado no primeiro semestre do ano é de 1,3 milhões e o acumulado em 12 meses voltou a acelerar, chegando a 1,7 milhões. Nesse mês tivemos recuperação dos empregos no RS, +15 mil vagas, após destruição líquida de mais de 8 mil vagas em maio devido aos impactos do desastre ambiental ocorrido no estado.

O salário médio de admissão teve uma variação anual de 2,1% acima da inflação, valor compatível com o ganho real do salário mínimo. Apesar do resultado robusto do mês, não observamos pressão salarial com os dados do Caged, reflexo de um saldo beneficiado mais por uma redução na quantidade de desligamentos, sem pressões pelo lado da demanda.

Desafios para a política monetária

O forte desempenho do mercado de trabalho é uma das principais surpresas positivas dos últimos anos, o que acaba preocupando em relação à efetividade da política monetária restritiva. Uma economia com mercado de trabalho aquecido com a taxa de desemprego que já se encontra abaixo do patamar neutro, estimado entre 7% e 8%, não é o cenário ideal para o controle inflacionário, uma vez que os reajustes salariais devem continuar pressionando a inflação de serviços. O momento do mercado de trabalho, no entanto, é ideal para uma revisão dos gastos públicos, após a forte expansão fiscal observada nos últimos 18 meses. Ademais, uma redução nos gastos retirando os estímulos adicionais à demanda das famílias pode contribuir para a convergência da inflação para a meta, além do ajuste fiscal no longo prazo ser positivo para reancorar as expectativas de inflação.


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