Macroeconomia


Mercado de Trabalho | Junho 2023

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André Valério

Publicado 28/jul5 min de leitura

Taxa de desemprego surpreende e cai para 8% em junho

A queda foi mais intensa que o esperado e indica que o mercado de trabalho permanece robusto. O resultado veio em linha com o CAGED, que registrou a adição de 157 mil empregos, refletindo diminuição na população ocupada e elevação na taxa de participação, indicando aumento na contratação.

Diminuição do desemprego foi acompanhado do aumento na população ocupada e diminuição da população desocupada. O estoque da população ocupada atingiu 98,9 milhões, um aumento de 1,1 milhão de pessoas frente ao último trimestre. O contingente de desocupados caiu 8,3% frente ao trimestre anterior, alcançando 8,6 milhões de pessoas. Com isso, observamos aumento na taxa de participação do mercado de trabalho, que avançou 0,5 ponto percentual frente ao trimestre anterior, alcançando 61,6%, mas mantendo estabilidade na comparação anual. De fato, a taxa de participação se mantém abaixo do nível pré-pandemia, o que pode se tornar um problema a médio prazo.

Avanço no emprego foi puxado pelos setores de serviços, agricultura e administração pública. Por outro lado, setores mais cíclicos como construção, indústria e transportes tiveram redução no contingente empregado. Por um lado, setor de serviços tem se mantido resiliente, mesmo na atual conjuntura. Já a agricultura passa por um período de super safra, o que explica o aumento no seu contingente de empregados. Por outro lado, os setores mais cíclicos são os mais sensíveis à atual conjuntura de elevados juros e demanda reprimida.

Apesar da diminuição do desemprego o rendimento real habitual ficou estável. Isso mostra que mesmo com o mercado de trabalho mais apertado não vemos pressões salariais, o que é uma boa notícia nesse momento em que estamos prestes a ver o início do ciclo de cortes na taxa de juros. No último trimestre, a maior variação foi observada no setor de serviços, com destaque para informação (+1,55%). Na ponta contrária, o setor de serviços de alojamento teve a maior variação negativa, de 2,73%. Os demais setores ficaram próximo da estabilidade. Da mesma forma, a massa de rendimento real habitual ficou estável no trimestre, mas avança 7,2% na comparação anual fruto da retomada da atividade pós pandemia e do controle da inflação.


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