Taxa de desocupação ficou em 6,8%
A taxa de desocupação recuou novamente para 6,8%, em linha com a expectativa do mercado, menor valor para um trimestre encerrado em julho da série histórica. A população ocupada bateu novo recorde de 102 milhões de pessoas e a população desocupada recuou para 7,4 milhões, menor contingente desde janeiro de 2015. Não houve alteração na população fora da força de trabalho, mantendo a taxa de participação também constante em 62,1%.
O emprego formal atingiu novo recorde, tanto no setor privado quanto no setor público. Foram 38,5 milhões de pessoas ocupadas no setor privado com carteira assinada e o setor público atingiu 12,7 milhões. A quantidade de trabalhadores por conta própria, trabalhadores domésticos e empregadores ficou estável. A população com emprego informal aumentou para 39,4 milhões e a taxa de informalidade passou para 38,7%.
Massa salarial interrompe sequência de altas.A massa salarial real habitual recuou para R$322,4 bilhões, crescendo 7,9% no ano. O rendimento médio habitual recuou para um crescimento real de 4,8%, enquanto o rendimento efetivamente contabilizado no trimestre varia 5,2% acima da inflação.
O desemprego em queda vem sendo atentamente monitorado pelo Banco Central, mantendo a atividade aquecida em meio a uma conduta restritiva da política monetária para atingir a meta inflacionária. Com isso, os dados de renda desacelerando acabam aliviando pressões, apesar de seguirem com crescimento robusto no ano, podendo contribuir para um arrefecimento do consumo que vem apresentando forte crescimento no ano.
Emprego formal cria 188 mil novas vagas
O resultado veio ligeiramente abaixo do esperado de 190 mil, influenciado por uma alta maior em desligamentos. Ainda assim, a evolução da média móvel de 6 e de 12 meses mostra uma força maior das admissões, reflexo da robustez do mercado de trabalho em meio a um cenário de política monetária restritiva. O saldo no ano já é de quase 1,5 milhão, 319 mil empregos a mais do que no mesmo período do ano passado, com crescimento também nos últimos 12 meses.
No Sul do país houve continuidade da recuperação dos empregos perdidos em maio com as enchentes que atingiram a região, sendo a única com aceleração no ritmo de adição líquida de empregos. Já entre os setores da atividade, a indústria foi o único com crescimento do saldo, com um acumulado no ano 86% maior do que no mesmo período do ano passado. O comércio é o setor de maior crescimento no ano, com quase o dobro do saldo acumulado de janeiro a julho de 2023 (+93%), enquanto agropecuária é o único setor com queda na geração de emprego no ano (-20%).
O salário médio de admissão teve uma variação anual real de 2,2%, mantendo uma alta confortável em termos de pressão inflacionária. Segundo o levantamento da Fipe com os dados dos acordos e convenções divulgados pelo MTE, o reajuste salarial mediano continuou sendo 5% em julho, com uma queda no reajuste real devido à aceleração do INPC acumulado em 12 meses de 3,3% para 3,7%. A proporção de reajustes abaixo do INPC aumentou em julho para 6,3%, e de acordo com a prévia do resultado de agosto podemos observar uma continuidade desse movimento.