Taxa de desemprego cai para 9,1% em julho
É a menor taxa de desocupação desde dezembro de 2015. Com ajuste sazonal a série já se encontra levemente abaixo de 9%, melhor valor desde o trimestre findo em outubro de 2015. Na comparação trimestral, a taxa caiu 1.4 p.p. Já quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 4,6 p.p.
Esse resultado se deve à redução de 12,9% da população desocupada, que alcançou 9,89 milhões de pessoas, menor número desde início de 2016, enquanto a população ocupada avançou 2,2% para 98,7 milhões, batendo mais um recorde para série histórica.
Melhora do mercado de trabalho foi observada em todas as atividades que compõe o PNAD.
O destaque do trimestre foi o comércio, cujo contingente de pessoas ocupadas cresceu 3,7% (+692 mil pessoas). Em seguida, o setor de serviços públicos, educação e saúde teve aumento de 3,9% (+648 mil pessoas), influenciado principalmente por fatores sazonais e a retomada do ensino presencial.
Apesar do cenário econômico mais desafiador para setores mais cíclicos, a população ocupada pela construção (+1,7%) e pela indústria (+1,5%) manteve trajetória de crescimento no último trimestre. No entanto, a desaceleração da demanda global, bem como a manutenção da taxa de juros em um patamar restritivo deverão retardar o ritmo de crescimento desses setores no segundo semestre. População ocupada pela agricultura (+0,6%) ainda não recuperou perda observada dos últimos 12 meses de 1,8%, mas diante dos recordes de produção safra de inverno, espera-se manutenção do crescimento de ocupados por esse setor nas próximas leituras.
Rendimento médio real habitual cresceu 2,9% no trimestre findo em julho.
Na análise por setor, observa-se que o rendimento em outros serviços e na agricultura foram os únicos que recuperaram plenamente as perdas dos últimos 2 anos, enquanto o rendimento no comércio e na construção recuperou parcialmente, mas ainda está aquém do patamar pré-pandemia. Por fim, rendimento na indústria, no transporte e em alojamento e alimentação ainda está bastante deprimido em 10,1%, 7,7% e 5% abaixo do patamar pré-pandemia respectivamente.
Na análise por vínculo empregatício, a recuperação do rendimento real é observada principalmente no trabalho informal, que subiu 10% em 2022 e já ultrapassou o valor pré-pandemia em 2,5%. Em seguida, o rendimento no trabalho por conta própria cresceu 4,3% nesse ano, e retomou ao patamar pré pandemia. Já o rendimento no trabalho formal, apesar de ter crescido 2% em 2022, foi o único que não recuperou as perdas dos últimos dois anos.
Com o aumento dos rendimentos e do número de ocupados, a massa real de rendimento habituais cresceu 5,3% no último trimestre, estando apenas 1,6% abaixo do pico da série histórica. O aumento da renda agregada deverá contribuir para sustentar a atividade econômica no segundo semestre, bem como para sustentar a forte arrecadação do governo que vimos nos últimos meses, reduzindo a expectativa de desaceleração mais forte.
CAGED mostra criação de 219 mil vagas de emprego formal em julho
Apesar de abaixo das expectativas, o resultado corrobora o desempenho positivo do mercado de trabalho em julho. O número de admissões e desligamentos no mês foi de 1,88 e 1,66 milhões respectivamente. O estoque de vagas abertas totalizou 42,24 milhões, o que representa um aumento de 11% em relação ao período pré pandemia, e reflete melhorias estruturais de modernização do mercado de trabalho formal advindas pela reforma trabalhista.
Setor de serviços continua sendo o destaque no mês.
Diferentemente dos meses anteriores, em que serviços presenciais como hotelaria e transporte foram os principais motores para o crescimento de serviços, no mês de julho esse crescimento ocorreu principalmente em TI, serviços administrativos e técnicos. Indústria também foi destaque do mês, com a criação de 50 mil vagas, majoritariamente explicado por indústria da transformação (+40 mil). Por fim, assim como vimos no PNAD, ritmo de contratações no comércio (+39 mil) e na construção (+32 mil) se manteve robusto.