Taxa de desocupação foi menor que o esperado em janeiro
O desemprego ficou em 7,6% no trimestre encerrado em janeiro, ante uma expectativa de 7,8%. Na série com ajuste sazonal, a taxa de desocupação foi de 7,7%, abaixo do observado em dezembro que foi uma taxa de 7,82%. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior houve uma queda de 0,7 ponto percentual.
A alta do desemprego veio acompanhada de um crescimento de 0,4% da população ocupada, com acréscimo de 387 mil pessoas no mercado de trabalho, enquanto a população desocupada permaneceu estável. Por outro lado, o nível de ocupação permaneceu praticamente estável na série dessazonalizada e o nível de desocupação caiu de 4,83% para 4,74%. Isso explica a queda da taxa de participação, que foi de 62,2% para 62,1%, depois de 8 meses consecutivos de alta. O nível ainda está abaixo do pré-pandemia e dá alguma margem de recuperação para que o mercado de trabalho aquecido não gere pressões inflacionárias nos salários.
Os empregos formais seguem estáveis na comparação mensal pelos últimos 4 trimestres móveis consecutivos, com crescimento de 1,4% frente a janeiro de 2023, enquanto os empregos informais caíram 0,14% no último trimestre, após 2 trimestres de alta, mas crescendo 2,32% ante o mesmo período do ano anterior.
A massa real de rendimento habitual atingiu novo recorde da série histórica, R$ 305,1 bilhões, com crescimento anual de 6% e 2,1% frente ao trimestre anterior. Já o rendimento real médio efetivo cresceu 0,81% no último trimestre, ante crescimento de 0,22% no trimestre findo em dezembro, disseminado entre os principais setores de atividade.
O crescimento do rendimento real médio segue em direção à tendência pré-pandemia, com ganhos reais começando a surgir. A queda da inflação contribui para isso, além do aumento do salário mínimo, que com o reajuste de início de ano teve ganho real de 3 pontos percentuais acima do INPC.
Enquanto isso, a população ocupada nos setores de serviços e comércio apresentou queda no trimestre, com indústria e construção permanecendo estáveis. A queda foi puxada pelo grupo de Agropecuária, em linha com a queda de produção no setor devido às condições climáticas desfavoráveis no fim do ano. A queda da população ocupada junto com o aumento do rendimento real médio dos setores de serviços e comércio no trimestre não deve gerar preocupações de pressões inflacionárias devido à sazonalidade do período.
Para a construção, o resultado foi estável. Os empresários do setor se preocupam com a falta de mão de obra qualificada e o as limitações de acesso ao crédito impedindo o crescimento do setor. Contudo, não já sinais de pressão inflacionária, com o resultado do INCC para o grupo de mão de obra recuando de 0,42% para 0,16%. Já para o setor de comércio, as dificuldades financeiras interferem nas possibilidades de investimento, com aumento da proporção de comerciantes que pretendem reduzir suas contratações nos próximos meses, de acordo com a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Para o final do ano nossa projeção é de uma taxa de desemprego estável em 7,5%.