Macroeconomia


Mercado de Trabalho | Fevereiro 2024

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Luana Bretas

Publicado 28/mar3 min de leitura

Taxa de desocupação é de 7,8%

O desemprego ficou em 7,8% em fevereiro, resultado em linha com as expectativas. Na série com ajuste sazonal, a taxa de desocupação foi de 7,7%, igual ao mês de janeiro, e houve recuo de 0,7 p.p. na comparação com o trimestre terminado em fevereiro de 2023.

A população ocupada permaneceu estável enquanto a população desocupada variou 4,1% no trimestre. Na comparação anual, no entanto, houve recuo de 7,5% da população desocupada e crescimento de 2,2% da população ocupada. A população fora da força de trabalho variou 0,4% no trimestre, permanecendo estável no ano, levando a taxa de participação a permanecer estável em 62%, sem sinais de recuperação ao nível do período pré-pandemia.

Os empregos formais seguem ritmo de crescimento estável, enquanto os informais apresentam queda. A variação dos formais permaneceu em 0,15% no trimestre e 1,5% no ano. Já os empregos informais recuaram -0,45% em fevereiro (ante queda de -0,15% em janeiro) e o crescimento comparado ao mesmo trimestre do ano anterior passou de 2,32% para 1,93%.

A massa real de rendimento habitual segue ultrapassando recordes, mas sem variação significativa no trimestre. Já os rendimentos efetivos crescem em um ritmo desacelerado, variando 0,79% ante 1,11% no trimestre anterior. No ano, a variação da massa de rendimentos reais foi de 6,8%. O rendimento real médio recuou de 0,81% para 0,56% no trimestre, com crescimento de 4,5% no ano, seguindo em direção à tendência pré-pandemia.

O reajuste real mediano dos salários passou de 2% em janeiro para 1,2% em fevereiro, com um aumento da proporção de ajustes acima do INPC de 88,6% para 92,1%.

Os salários para o setor de serviços tiveram crescimento mais intenso (3%), e o setor de comércio foi o único a apresentar recuo no rendimento real (- 0,16%). A população ocupada por setor também apresenta queda para comércio e aceleração para serviços, enquanto construção e indústria permanecem em crescimento estável.

Caged indica criação de 306 mil vagas formais em fevereiro

Foi um resultado robusto, acima das expectativas de 245 mil novas vagas, acumulando um saldo de 474,6 mil vagas no ano, maior que no mesmo período de 2023. As vagas foram concentradas no setor de serviços (193 mil), enquanto a Agropecuária foi o setor que menos criou vagas (3,8 mil).

Os salários de admissão por sua vez tiveram valorização real anual não significativa, de 1,4%. Em relação ao mês anterior, com exceção do setor de construção cujos salários permaneceram estáveis, houve queda de salário médio real.

Para o setor de construção há uma preocupação referente a pressões salariais, mas os dados ainda indicam estabilidade. As intenções de contratações para o comércio seguem baixas, com estoques excessivos desestimulando o investimento no setor. O setor de serviços segue o mais aquecido, com inflação de serviços subjacentes seguindo no radar do balanço de riscos do Banco Central. Nossa expectativa é de uma estabilização no mercado de trabalho ao longo do ano, com uma projeção da taxa de desemprego de 7,4% para o fim de 2024.


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