Macroeconomia


Mercado de Trabalho | Agosto 2024

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Luana Bretas

Publicado 27/set1 min de leitura

Taxa de desocupação ficou em 6,6% em agosto

A taxa de desocupação recuou novamente para 6,6% no trimestre móvel findo em agosto, abaixo da expectativa do mercado de 6,7%. A série com ajuste sazonal também ficou em 6,6%, sendo o menor valor da série histórica iniciada em 2012. Os indicadores de capacidade de absorção de mão de obra recuaram no trimestre e a população subutilizada reduziu para 18,5 milhões de pessoas, a menor desde junho 2015.

A taxa de participação vem mostrando recuperação e ficou em 62,4% na série dessazonalizada, maior patamar desde o mesmo trimestre de 2022. Houve queda na população desocupada para 7,3 milhões de pessoas e população ocupada superou novamente o recorde, chegando a 102,5 milhões.

Tanto o emprego formal quanto o informal atingiram novos recordes. São 62,7 milhões de pessoas com emprego formal, sendo 40 milhões do setor privado e 12,7 milhões do setor público. Os outros 10 milhões fazem parte do grupo de empregadores e trabalhadores por conta própria com CNPJ. O número de trabalhadores com emprego informal aumentou para 39,8 milhões de pessoas, com taxa de informalidade aumentando 0,1 p.p. na margem para 38,8%. Atividades de serviços são as que mais cresceram frente ao trimestre móvel imediatamente anterior.

Massa salarial voltou a atingir recorde. A massa salarial real habitual aumentou para R$326,2 bilhões, alta anual de 8,3%, enquanto a massa real efetiva cresce 8,5% no ano. Já o rendimento médio real não apresentou variação significativa no trimestre, mas segue com forte crescimento de 5% no ano para a renda habitual e 5,2% para a renda efetivamente contabilizada no trimestre móvel, tendo superado a tendência de crescimento do período pré-pandemia.

Geração de emprego formal foi de 232 mil novas vagas em agosto

Os dados do Caged vieram abaixo do esperado e com uma revisão do dado de julho 188 para 191 mil vagas. O resultado no mês superou em 12,8 mil vagas o de agosto de 2023. O saldo acumulado no ano chegou a 1,7 milhões, mais de 300 mil vagas a mais do que o mesmo período de 2023. Com relação aos setores de atividade, a agropecuária e a construção são os único que mostram desaceleração na geração de emprego formal nos últimos 12 meses.

O salário médio real de admissão teve uma alta anual de 1,7%, abaixo do ganho real do salário mínimo. Ao contrário da Pnad, os dados de renda do Caged não têm gerado preocupações quanto à pressões inflacionárias advindas dos salários.

O mercado de trabalho segue resiliente e não mostra de sinais de arrefecimento. O banco central vem expressando preocupação quanto às consequências desse aquecimento sobre a convergência da taxa de inflação para a meta, sendo esse um dos motivos da recente retomada do ciclo de alta da taxa de juros do país. Apesar disso, o IPCA-15 de setembro não indica pressões inflacionárias vindas do mercado de trabalho, com o núcleo da inflação e a inflação de serviços em tendência de desaceleração. Ainda assim, a proporção de ajuste salariais acima do INPC é um fator que preocupa. A forte de geração de emprego e valorização dos salários impacta em um crescimento mais forte da atividade e nossa projeção do PIB para o final do ano aumentou para 2,8%.


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