Taxa de desemprego cai para 8,9% em agosto
Após 7ª queda consecutiva no desemprego, resultado corrobora a força do mercado de trabalho brasileiro. Com ajuste sazonal a taxa já se encontra em 8,7%, menor valor desde o trimestre findo em julho de 2015. Na comparação trimestral, a taxa caiu 0,9 p.p. e comparado com o mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 4,2 p.p.
População ocupada atinge o patamar de 99 milhões de pessoas, maior nível da série histórica, e um crescimento de 1,5% (+ 1,5 milhão) frente ao trimestre anterior. Já a população desocupada recuou para 9,7 milhões de pessoas (-8,8% no trimestre), o menor valor desde dezembro de 2015.
Apesar do aumento expressivo da quantidade de empregados sem carteira assinada, taxa de informalidade recuou pelo 4º trimestre consecutivo, para 39,7%. Tal fato é justificado pelo crescimento mais significativo do contingente de pessoas ocupadas no âmbito formal. Segundo dados do PNAD, o número de ocupados formais cresceu 9,5% no último ano, enquanto o de informais subiu 5,6%.
A informalidade é um problema estrutural do mercado de trabalho brasileiro, e ainda está em patamar elevado, mas a tendência de aumento do contingente de formais, observada sobretudo nos dados do CAGED, indica que provavelmente a taxa de informalidade irá recuar ainda mais nos próximos meses.
Exceto por agricultura, melhora do mercado de trabalho foi observada em todas as atividades.
O destaque do trimestre ficou mais uma vez com o comércio, cujo contingente de pessoas ocupadas cresceu 3,0% (+566 mil pessoas) e já se encontra 5,4% acima do patamar pré-pandemia, o que ilustra que melhora do setor não é resultado apenas da retomada da mobilidade. Em seguida, o setor de serviços públicos, educação e saúde teve aumento de 2,9% (+488 mil pessoas). Por fim, quantidade de ocupados em outros serviços, que é composto em grande parte por atividades presenciais, subiu 4,1% (+ 211 mil pessoas).
Com a queda da inflação, o rendimento médio real habitual cresceu 3,1% no trimestre findo em agosto
Na análise por setor, observa-se que o rendimento em agricultura foi o que apresentou maior crescimento (+7,2%), seguido por informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas (+5,5%) e indústria (+4,4%). O rendimento no comércio subiu 3,5% e retomou ao patamar pré-pandemia, o que corrobora o aumento de competitividade entre os empregadores do setor. Para os próximos meses é de se esperar que o processo de desinflação continuará a ter um impacto positivo nos rendimentos em termos reais, apesar do possível arrefecimento do crescimento da atividade poder criar uma pressão na direção oposta.
Com o aumento do rendimento e do número de ocupados, a massa real de rendimento habituais cresceu 4,7% no último trimestre, ultrapassando patamar pré-pandemia
O aumento da renda agregada irá contribuir para sustentar a demanda interna nos próximos meses, bem como para sustentar a arrecadação do governo, o que contribui para reduzir a expectativa de deterioração do âmbito fiscal e da atividade econômica em 2023.
CAGED mostra criação de 279 mil vagas de emprego formal em agosto
Resultado bateu a mediana das expectativas do mercado, que contava com a criação de 269 mil vagas. Com resultado, o estoque de empregos formais atingiu 45,53 milhões, o que representa um aumento de 11,5% em relação ao patamar pré-pandemia. No mês de agosto, o número de admissões e desligamentos foram de 2,1 e 1,8 milhões respectivamente.
TI, serviços administrativos e técnicos foram os principais motores no crescimento do mercado de trabalho formal. Apenas essas atividades foram responsáveis pela criação de 61 mil vagas. O segundo destaque ficou com serviços públicos (+38 mil), devido, principalmente, a atividades atreladas à educação e à saúde. No agregado, o estoque de empregos no setor de serviços já está quase 10% (1,8 milhão) acima do patamar pré-pandemia.
Mercado de trabalho da indústria e construção permanece aquecido, e setores registram 57 mil e 35 mil novas vagas respectivamente. Mesmo sendo mais sensíveis às condições de crédito e, portanto, à taxa de juros, a criação de empregos formais por esses setores ainda não deu sinal de desaceleração, sinalizando que forte desaceleração da produção doméstica é improvável no curto e médio prazo, apesar da manutenção de tendência de queda da demanda externa.