Taxa de desocupação continua em queda
A taxa de desocupação em abril foi de 7,5%, abaixo do consenso do mercado de 7,7%. Essa é a menor taxa para um trimestre encerrado em abril em 10 anos. Na série dessazonalizada o resultado ficou em 7,2%. A taxa composta de subutilização (representa a população desocupada, subocupada e força de trabalho potencial) está em 17,1% na série com ajuste sazonal, 1 p.p. abaixo do mesmo trimestre do ano passado. Já a taxa de participação não teve alteração significativa e está em 62% da população em idade ativa, abaixo da mediana pré-pandemia (63,4%). A baixa ociosidade do mercado perdura, corroborando a cautela do BC na condução da política monetária.
A população ocupada está em 100,8 milhões de pessoas, crescimento anual de 2,83%. Os empregos formais seguem em ritmo de crescimento estável, com alta de 1,9% no ano, o que junto com a queda na taxa de informaliade reflete um aumento na qualidade dos empregos. O aumento da população ocupada foi maior para o setor de serviços, com alta de 0,5% na série com ajuste sazonal, principalmente em serviços de transporte e administração pública. O setor também é o que mais cresce em empregos no ano (4,32%), seguido pelo setor de construção (4,15%).
A massa de rendimento habitual apresentou aceleração de 1,10% no trimestre findo em abril e atingiu novo recorde de R$313,1 milhões, crescimento anual de 7,94% acima da inflação. O rendimento médio efetivo real também superou a máxima, crescendo 4,44% no ano e atingindo a tendência de crescimento observada antes da pandemia. A atividade com maior alta nos salários habituais é a indústria, com alta real média de 1,07% no trimestre móvel com ajuste sazonal e 8,48% no ano.
Setor formal cria 240 mil novas vagas em abril
O resultado veio acima da expectativa de 210 mil vagas, acumulando quase 960 mil vagas no ano. Esse é o maior saldo acumulado para o primeiro quadrimestre do ano na série do Novo Caged, alta de 33,4% comparado ao mesmo período de 2023. Nos últimos 12 meses o saldo chegou a 1,7 milhões de empregos.
Já o salário real médio de admissão cresceu 2,18%, perdendo força em relação a março e continua compatível com o ganho real do salário mínimo. Assim como observado na PNAD, a geração de empregos continua robusta e é ponto de atenção para a política monetária, apesar da pressão inflacionária marginal dos salários não sinalizar deterioração significativa.